
Como
num passo de mágica, eis que foi decretado pelo senhor Prefeito de
Barreiras, e já está valendo, a partir de hoje, 18/11, a tarifa do
transporte coletivo urbano, agora no valor de R$ 3,45. O acréscimo,
portanto, foi de exatos 15% (quinze por cento).
Para
os passageiros uma medida drástica, que vai de encontro ao minguado
salário da maioria da população, se bem que no ano passado não houve
aumento. Isto quer dizer, que em dois anos foi de 7,5% (sete e meio por
cento) por ano.
No
noticiário que ouvi hoje, muitos usuários reclamavam do alto custo e
também pediam melhora dos serviços da concessionária, uma reclamação
avalizada por muitos. Se bem que em muitos municípios há ônibus em
piores condições do que os de Barreiras.
Por
outro lado a empresa, em minha opinião, entrou numa “camisa de força”,
quando da licitação, pelo fato de se obrigar a adquirir 35 ônibus novos,
financiados a juros de mercado, uma espécie de aventura maluca, pois
teria que “fritar tudo com a mesma banha”, ou seja, pagar os
financiamentos altíssimos, salários, peças de reposição, pneus, Imposto
de Renda, INSS, ISS, outros impostos e taxas. Um sacrifício extremo, é
verdade.
Na
licitação em si, assumiu despesas excepcionais chegando, como agora, ao
estrangulamento parcial do seu patrimônio, pois ainda não conseguiu
zerar os financiamentos e a frota, diga-se de passagem, hoje deve valer
bem menos do que na ocasião da compra.
Conheço
casos de municípios também arcarem com parte das despesas das empresas,
na modalidade de subsídio, zerando os 5% (cinco por cento) equivalentes
ao ISS. Se isto ocorresse em Barreiras, ao invés de 15% por cento de
aumentos nas tarifas, teríamos 10%.
É
de se salientar que a empresa não está tendo uma situação financeira
desejável, pois se sabe que dos ônibus que financiou onze deles foram
arrestados judicialmente pelos vendedores, por atrasos nos pagamentos.
Uma situação, digamos constrangedora.
O
aumento das tarifas, portanto, não poderia deixar de ser concedido, mas
bem que poderia ser mais ameno ou, como disse antes, a prefeitura
subsidiando 5%, por conta da isenção do ISS, mas isto só poderia
acontecer com o beneplácito da Câmara de Vereadores, fato que a meu ver
aconteceria incontinente, se levarmos em conta que as eleições serão no
próximo ano e nenhum vereador “ousaria” discordar.
Por
sinal, politicamente falando, a majoração das passagens agora, como foi
feita, não causará grande impacto nas eleições de outubro de 2020,
distantes pouco menos de onze meses.
Itapuan Cunha
Editor