O novo coronavírus pode infectar e danificar células do tecido cerebral, mesmo em casos leves, segundo um estudo brasileiro financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de S. Paulo.


A pesquisa foi publicada nessa terça-feira (13), na revista científica MedRXiv, e foi conduzida por doutorandos da Universidade de São Paulo e pela Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). No entanto, o estudo ainda não foi revisado por outras entidades médicas.


De acordo com a pesquisa, os pacientes com Covid-19 podem apresentar sintomas neurológicos, 

sobretudo ansiedade e comprometimento cognitivo. A descoberta foi observada mesmo em indivíduos com sintomas leves ou assintomáticos.


O córtex, região do cérebro mais rica em neurônios e responsáveis por funções importantes como memória, atenção, consciência e linguagem, também pode ser afetado. 


A pesquisa também identificou dano cerebral em 5, ou seja, em 19% dos 26 pacientes analisados que morreram pela doença. Os astrócitos, células abundantes do sistema nervoso responsáveis por parte do metabolismo humano, foram os tecidos mais infectados pela Covid-19. 


“Observamos nesses cinco casos sinais de necrose e de inflamação, como edema [inchaço causado por acúmulo de líquido], lesões neuronais e infiltrados de células inflamatórias. Mas só tivemos acesso a uma pequena parte do cérebro dos pacientes, então, é possível que sinais semelhantes também estivessem presentes nos outros 21 casos estudados, mas em regiões diferentes do tecido”, explicou Thiago Cunha, professor da FMRP-USP e integrante do Centro de Pesquisa em Doenças Inflamatórias (CRID), em comunicado. 


Já em outra pesquisa, conduzida na Faculdade de Ciências Médicas (FCM) da Unicamp, observou-se que de 80 voluntários ainda reportavam sintomas neurológicos 60 dias após infecção pelo novo coronavírus. As principais queixas foram dor de cabeça (40%), fadiga (40%), alteração de memória (30%), ansiedade (28%), perda de olfato (28%), depressão (20%), sonolência diurna (25%), perda de paladar (16%) e de libido (14%).


Na avaliação do professor coordenador Cunha, ainda falta descobrir de que forma o novo coronavírus chega ao sistema nervoso central, sobretudo nos astrócitos.


Barreiras Notícias  /   CNN

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