
Uma onda de demissões no banco Bradesco, iniciada na última na quinta-feira (1), já atingiu pelo menos 50 bancários na Bahia, sendo 30 somente em Salvador. No Brasil, o número de demissões já ultrapassa a marca de 400 no mesmo período. A informação é do Sindicato dos Bancários da Bahia, por meio de Elder Perez, representante da Bahia e Sergipe dos trabalhadores do Bradesco. Em reunião finalizada no início da tarde desta quinta-feira (8), a direção nacional de recursos humanos do banco garantiu que as demissões vão continuar até final de novembro.
Segundo o sindicalista, o Bradesco informa que as demissões
integram um processo de "reestruturação", que contempla ainda o
fechamento de aproximadamente 400 agências no país. Questionado pelas
representações sindicais, o banco, no entanto, não precisou a quantidade
exata de funcionários a serem demitidos. Na Bahia, a previsão inicial é
de fechamento de cerca de 10 agências.
Ao Bahia Notícias, Elder garantiu que em março o banco fez um
acordo de não demissões durante a pandemia, mas declinou do acordo agora
no início de outubro. Segundo ele, "as causam um impacto negativo
diretamente para os trabalhadores, mas também para os clientes".
"A redução do número de agências prejudica de maneira frontal os
clientes, que têm reduzidas as possibilidades de atendimento em
unidades físicas. Logo, as que permanecerem abertas receberão maior
demanda, ocasionando mais espera e sobrecarga dos funcionários", pontua
Elder.
Ele destaca ainda que, de acordo com levantamento interno do
sindicato, "o Bradesco é um dos bancos que mais adoecem no estado da
Bahia. Tanto física - LER/DORT - como psiquicamente". Outra pesquisa, de
caráter mais amplo constatou que 35% dos bancários ligados à
instituição financeira fazem uso de medicamentos tarja preta, com a
perspectiva de "suportar a rotina de pressões".
"Não existe justificativa para essas demissões. O Bradesco é
hoje um dos maiores bancos do mundo e teve lucro de R$ 7 bilhões somente
nesse período de pandemia", completa Elder.
Do bahianoticias