Enfermeira foi a primeira pessoa vacinada na Bahia — Foto: Itana Alencar/G1 Bahia
Sob os olhos da imagem de Santa Dulce dos Pobres, a enfermeira Maria Angélica de Carvalho Sobrinho, de 53 anos se tornou a primeira pessoa vacinada contra a Covid-19 em solo baiano, nesta terça-feira (19). Ela trabalha no Hospital Couto Maia, na linha de frente no combate à pandemia. Além da enfermeira, foram imunizados nesta manhã, na capital baiana, uma idosa de 83 anos, uma indígena e um médico do Samu.
A cerimônia simbólica que marcou o início da vacinação contra o coronavírus aconteceu no santuário das Obras Sociais Irmã Dulce (Osid), em Salvador. O ato foi acompanhado pelo governador Rui Costa, pelo prefeito da capital, Bruno Reis, e pelos secretários de Saúde do município e do estado.
"Momento muito importante. Me sinto honrada, gratidão a Deus e a todos os profissionais que contribuíram para este momento".
“Só tenho a agradecer por essa oportunidade. Ontem, quando eu recebi a notícia, já tinha chegado do trabalho, estava em casa. Na hora, eu tive taquicardia, não sabia se sorria ou se chorava de emoção. É um passo muito importante para os baianos e para os profissionais de saúde. Quando a gente vai trabalhar, vive uma sensação de angústia. Essa é uma sensação que vive com o profissional de saúde 24 horas por dia. Assim como chegou pra mim, peço a Deus que chegue para todos”, acrescentou a enfermeira.Logo em seguida, foi a vez da idosa Lícia Pereira Santos, de 83 anos, receber a imunização.
“Acordei cedo hoje. Estou muito alegre, me sinto feliz. É uma alegria ter sido convidada para ser vacinada”, disse a idosa Lícia Pereira Santos, ao chegar ao local.
Depois a indígena Deisiane Tuxá e o médico do Samu, Enderson Barbosa, foram vacinados contra a Covid-19, em Salvador.
“É preciso que a comunidade acredite que vacina vem como algo importante. É algo positivo. Foi com muito prazer que eu recebi esse convite, de representar meu povo Tuxá. Além disso, como enfermeira também é muito gratificante participar disso tudo. É um avanço”, falou Deisiane.
O médico Enderson Barbosa celebrou o momento: “Estar vacinado, ser um dos primeiros nesse momento traz segurança não só para a gente, mas também para tratar pacientes e outras pessoas. É difícil, é duro. Principalmente por estarmos em um momento tão crítico e doloroso. Requer da gente muito preparo psicológico”, falou.
O prefeito de Salvador, Bruno Reis, celebrou o início da vacinação, mas destacou que ainda faltam doses para a imunização em massa.
“Nossos problemas não são de insumo, profissionais e logística. O problema que a gente tem é o mundial, do fornecimento da vacina. O nosso objetivo é garantir a imunização das pessoas, salvar milhares de vidas e restabelecer a parte econômica e social e com isso voltar a viver com normalidade”, falou.
Indígena Deisiane Tuxá, que também é enfermeira, foi imunizada na manhã desta terça, em Salvador — Foto: Itana Alencar/G1 Bahia
Em seguida, foi a vez do governador Rui Costa falar. Ele estacou a importância da união entre os seres humanos e se disse emocionado.
“Cada um de nós está emocionado pela dor, pelo sofrimento de longos meses. Apesar de hoje não significar o início da vacinação em massa, porque não temos vacina suficiente pra isso, mas não deixa de nos emocionar, porque a partir de hoje podemos enxergar uma luz no final do túnel", falou.
"Gostaria de agradecer, sublinhar, destacar, até porque estamos na casa religiosa da Santa Dulce, a importância da parceria entre os homens. A importância da parceria da humanidade, da solidariedade entre os homens, entre os países, entre as nações. Muitas vezes, somos estimulados a pregar o ódio, a intolerância, o rancor, a ter discriminação racial, de nação, de povo. Nesse momento de sofrimento da humanidade, a gente vê o quanto é importante a solidariedade humana. E eu queria agradecer ao estado de São Paulo, ao Instituto Butantã, que priorizou a vida humana e foi buscar uma parceria com os chineses, que desenvolveram essa vacina", completou o governador.
O público-alvo do primeiro lote de vacinas na Bahia é composto por 180 mil pessoas (considerando as duas doses para completar o esquema vacinal e o percentual de perda operacional é de 5%):
- 35% dos Trabalhadores de saúde, com foco nos profissionais que estão na linha de frente da Covid-19, a exemplo de hospitais, Pronto-Atendimentos Covid-19 e SAMU.
- Vacinadores
- 27 mil Indígenas aldeados, ou seja, vivendo em terras indígenas (importante falar que é acima de 18 anos)
- Pessoas idosas residentes em instituições de longa permanência/asilos (institucionalizadas); Qualquer idoso acima de 60 anos
- Pessoas a partir de 18 anos de idade com deficiência, residentes em Residências Inclusivas (institucionalizadas);