Após um mês internada, uma jovem de 28 anos morreu por complicações da Covid-19, sem poder conhecer as filhas gêmeas. Nathanny Ribeiro da Silva morava em Guarujá, no litoral paulista, e teve o parto realizado no dia 25 de março, mas precisou ser intubada logo em seguida em uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI) por conta da doença.

De acordo com Ana Paula Maria Ramos, de 40 anos, gerente da Unidade de Saúde da Família (USF) do bairro Sítio Conceiçãozinha, Nathanny fez o pré-natal e tinha toda sua gravidez acompanhada pela unidade. Em entrevista ao G1 neste sábado (17), ela explicou que a jovem possuía problemas de tireoide, glândula localizada na parte inferior do pescoço, por isso, passava por uma gravidez de risco.

Além disso, o fato de ela estar grávida de gêmeas também gerou complicações. No dia 22 de março, ela começou a passar mal em casa, sem conseguir respirar, e foi levada por familiares ao Hospital Guilherme Álvaro, em Santos, também no litoral de São Paulo.

No dia 25 do mesmo mês, ela deu à luz gêmeas. Porém, antes do procedimento, os médicos detectaram uma mancha no pulmão dela, por isso, logo após o parto, ela precisou ser intubada, sem conseguir sequer segurar as filhas no colo. Posteriormente, foi confirmada a Covid-19.

A irmã da jovem, que preferiu não ser identificada, esclareceu que as meninas nasceram prematuras, um pouco antes de completar o 7º mês de gestação, e que a jovem começou a passar mal após o 6º mês. Nathanny ficou intubada no Hospital Guilherme Álvaro até a última quinta-feira (15), quando faleceu, às 12h46, com síndrome respiratória aguda grave desencadeada pela Covid-19, pneumonia, infecção pelo coronavírus, tireotoxicose e insuficiência cardíaca.

Além das filhas recém-nascidas, ela também deixou outra filha e um filho, que estão sendo cuidados pela avó materna. Comovidos com a situação da família, funcionários da unidade de saúde onde Nathanny realizava o pré-natal decidiram arrecadar produtos básicos para doar às gêmeas, a fim de ajudar a avó das crianças.

“Decidimos ajudar porque conhecemos a família, sabemos que eles precisam de ajuda, e tínhamos um carinho grande por ela [Nathanny]. Eu tento fazer não só a parte de gerente, mas mais que isso, por ser uma comunidade muito carente. Conhecemos todos os pacientes daqui. Se alguém falta, a gente procura. E quando descobrimos que ela tinha falecido, decidimos ajudar”, explica Ana Paula.

A irmã da jovem ressalta que Nathanny estava ansiosa para conhecer as filhas, mas que morreu antes de poder segurá-las no colo. “Ela era demais. Estava apaixonada por essa gravidez, muito feliz. É complicado, ela não conseguiu nem conhecer as filhas”, lamenta. O corpo da jovem foi sepultado nesta sexta-feira (16), no Cemitério Jardim da Paz, em Guarujá. (G1)

 

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