
Conforme
registro do DHPP (Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa), o
sargento aposentado Edson Nogueira de Almeida teve um "surto psicótico".
Uma das motivações teria sido o fim de um relacionamento de 15 anos,
ocorrido há cerca de nove meses. Nos últimos três meses, segundo a
polícia, ele tentou reatar o relacionamento com a ex, sem sucesso.
Um
PM que atendeu à ocorrência disse em depoimento que agentes da 3ª
Companhia do 48º BPM (Batalhão da Polícia Militar) foram até o
apartamento onde moravam os pais do sargento aposentado. No local,
constataram que Almeida mantinha no interior do imóvel o pai, Francisco
Gomes de Almeida, e a mãe, Maria Gomes Nogueira, sob ameaça de uma arma.
O suspeito estava armado com uma pistola calibre ponto 40.
Conforme
o depoimento, o sargento aposentado estava "em surto" e "muito
descontrolado". Em determinado momento, a mãe dele foi até a porta do
apartamento tentar falar com policiais envolvidos na ocorrência e
responsáveis pela negociação com o suspeito.
O
documento do DHPP cita que Edson chamou a idosa para dentro e, como ela
tentou novamente ir até a porta do apartamento, o sargento aposentado
desferiu diversos disparos de arma de fogo contra a própria mãe, que
caiu no chão ferida.
Tiroteio
Após
os disparos, os PMs ficaram sabendo que o pai do sargento também
estaria ferido a tiros e inconsciente, dentro do apartamento.
Quando
os agentes tentavam negociar a rendição do suspeito, ainda segundo
registrado pela polícia, Almeida sacou a arma e disparou contra os PMs,
que revidaram com ao menos 23 tiros, sendo que seis deles atingiram o
policial aposentado. Ferido, o PM aposentado caiu no chão e somente
depois disso é que foi possível prestar socorro aos três. Eles foram
encaminhados ao hospital Santa Marcelina, na zona leste, entretanto, já
chegaram sem vida.
Nenhum
policial que trocou tiros se feriu. Eles teriam se protegido dos
disparos com dois escudos, que foram atingidos pelos tiros disparados do
sargento.
Aos
PMs que atenderam a ocorrência, a ex-mulher de Almeida, de 42 anos,
disse que o sargento aposentado "teria surtado" com vizinhos há duas
semanas. Os motivos são apurados pela Polícia Civil.
Ela
acrescentou ainda que, pouco antes antes de ele manter os pais, o PM
aposentado falou com ela ao telefone. "Ele aparentou estar transtornado,
dizendo que estaria na residência dos pais, apresentando discurso
desconexo com a realidade", disse a mulher.