Com o arrefecimento da pandemia e a queda nos índices de internações, os preços dos medicamentos para hospitais caíram, em média, 2,29% em agosto, de acordo com o Índice de Preços de Medicamentos para Hospitais (IPM-H), da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe).

Essa é a terceira queda seguida. O IPM-H havia recuado 0,81% em junho e 1,90% em julho. Apesar dos recuos, no acumulado deste ano o índice registra alta de 9,93% e, nos últimos 12 meses, a alta é de 7,85%.

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A queda em agosto foi influenciada pela variação negativa dos preços de quase todos os grupos de medicamentos incluídos na sua cesta. Essa queda foi impactada diretamente pela diminuição na demanda dos hospitais, com a redução significativa das internações em decorrência da Covid-19.

Segundo o coordenador de pesquisas da Fipe, Bruno Oliva, a redução poderia ser maior se o dólar estivesse no nível de 2019, por exemplo. Ele diz que o patamar elevado do dólar impediu que os preços caíssem ainda mais neste mês, mas que a tendência é que essa redução se mantenha nos próximos meses.

“No começo da pandemia houve um aumento muito grande das internações e uma incerteza do que iria acontecer. Então aumenta a demanda e isso faz com que haja aumento de preços. Com a queda das internações, há uma pequena diminuição das demandas dos medicamentos, o que diminuiu o preço, que é bastante atrelado à dinâmica da pandemia”, diz ele.

Oliva complementa que o dólar “impacta tanto nos medicamentos em si, como também indiretamente através dos insumos usados para a fabricação de outros medicamentos”.

Nos oito primeiros meses de 2020 a alta foi de 16,6%, extremamente impactado pelo auge da pandemia da Covid-19. Nos anos pré-pandemia, por exemplo, esse índice sempre variou entre 3% e 5%, o que mostra como a pandemia teve forte influência no aumento dos preços dos remédios.

O IPM-H mensura os gastos com transações realizadas entre fornecedores e hospitais brasileiros. Não é um índice que mede o valor dos remédios no varejo, para o consumidor, mas analisa o comércio do atacado, em relação ao que é vendido diretamente às unidades de saúde.

Esse valor é calculado pela Fipe e pela Bionexo, plataforma por onde são transacionados mais de R$ 12 bilhões de negócios no mercado da saúde por ano. (Agorarn)

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