“Está afetando o bolso de todo mundo, independente de que área seja. Além de caminhoneiro, por exemplo, eu sou cidadão também. Tenho o colégio do menino, o botijão de gás de mais de R$ 100. Eu acredito que o caminho é esse [o da greve]”, diz Oliva.
O sindicalista confirmou à reportagem que uma eventual paralisação poderá ser decidida no dia 16 de outubro, quando ocorrerá a próxima reunião de lideranças da categoria, no Rio de Janeiro.
Segundo Oliva, embora a alta nos combustíveis afete duramente os caminhoneiros, a população em geral precisa se engajar “nessa luta”. “A conjuntura atual está tomando uma proporção muito grande. Nós, lideranças, estamos aguardando a manifestação da categoria. Mas é um julgo muito grande para botar somente em cima do caminhoneiro. É uma conjuntura que não vem prejudicando apenas o caminhoneiro, mas a sociedade, os pequenos empresários, frotistas”, listou.
Cobrado pelo segmento a intervir contra a carestia, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) tem transferido a culpa aos governadores, por, segundo ele, aumentarem a alíquota do ICMS sobre os produtos. Os gestores, por sua vez, divulgaram uma carta em que desmentem as acusações do presidente.
Sem criticar diretamente o governo, Oliva demonstra descrença com a classe política. “Tira esses caranguejos, mas a lama continua”, disse.
“Os grandes não estão nem aí. A sociedade é quem paga o preço alto: desemprego, fome, e os caras lá, ‘charlando’, comendo do bom e do melhor”, lamentou.
Além de representar caminhoneiros que atuam em diversas cidades do interior, dentre as quais Barreiras, a entidade dirigida por Oliva engloba ao menos 2 mil profissionais autônomos que atuam no Porto de Salvador. Ali, são responsáveis por escoar até 75% das cargas movimentadas pelo terminal. (Metro1)