O estudo foi publicado na revista médica científica BMC Infectious Diseases, onde especialistas japoneses mostraram o caso clínico de um paciente de 77 anos que deu entrada no hospital para ser internado com Covid-19.
Após 21 dias, ele conseguiu se recuperar da doença e melhorou de seu quadro respiratório, mas começou a apresentar quadro de insônia e ansiedade.
Semanas após ganhar alta, o paciente começou a ter desconforto interno no ânus. As sensações relatadas por ele era a constante necessidade de andar, sensação de movimento na região perianal, que piorava ao sentar e durante a noite.
Inúmeros exames foram feitos, como colonoscopia e imagens do cérebro e nenhum problema foi diagnosticado. Após isso, os médicos começaram a acreditar ser a Síndrome do Ânus Inquieto — um tipo de variação da Síndrome das Pernas Inquietas.
A Síndrome das Pernas Inquietas, também chamada de Willis-Ekbom, não
possui uma causa definida ou conhecida. Estudos publicados em 2017 na
revista PLOS One
mostram que pode
estar relacionada diretamente com desordens mentais,
como a depressão, a ansiedade e problemas no declínio cognitivo, além de
doenças cardiovasculares.
Os cientistas japoneses ressaltam que não existe nenhum estudo anterior mostrando uma ligação direta do vírus SARS-Cov-2 com a Síndrome do Ânus Inquieto ou das Pernas.
Mas, eles sugerem que mais estudos neuropsiquiátricos sejam feitos, especialmente em pacientes que já sofreram com a Covi-19, para ajudar no diagnóstico não somente desta doença, mas de outras que podem surgir a longo prazo.
Do jornalciencia