
Além de Michelle, assessores também atuariam como despachantes para facilitar o processo, que concentrou a maioria das operações em uma agência da Caixa de Taguatinga, cidade vizinha a Brasília.
Os empréstimos teriam chamado a atenção da própria instituição financeira, que chegou a abrir uma apuração interna. “Cliente veio através de lista de empresas indicadas pela primeira-dama Michelle Bolsonaro ao presidente Pedro Guimarães.
Direcionamos para análise e tratativas necessárias solicitações de microempresários de Brasília enviadas pelo gabinete da primeira-dama”, registrou expediente.
Entre os agraciados estavam uma florista, uma confeiteira que fornece bolos e doces para o Palácio, uma cabeleireira, um promoter e empresárias do ramo da moda.
Em resposta à reportagem, a Caixa afirmou que “a concessão de crédito em todas as suas linhas passa por rigoroso processo de governança, compliance e análise de riscos independente”.
“No caso do Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte, anteriormente à análise de crédito dos bancos operadores do programa, há uma avaliação de enquadramento por parte da Receita Federal, que notifica as empresas validadas. Apenas as empresas indicadas e munidas de aprovação pela Receita Federal passam pelo rito de governança da Caixa quando da solicitação do crédito, o que inclui análise por sistema de riscos, em um processo totalmente automatizado e sem interação humana”, diz trecho da nota enviada pelo banco.
A assessoria do gabinete da primeira-dama não se manifestou. (A Tarde)