No vídeo postado nas redes sociais pelos irmãos de Inaiã, a analista aparece contraindo os votos de matrimônio, e o celebrante pede que ela repita as palavras do juramento:
“Prometo te amar, cuidar de você, te respeitar e ser submissa…”Ela se surpreende e responde ao mestre de cerimônia: “Ser submissa, não!”, arrancando risos e aplausos dos convidados.
A reação de Inaiã lembra a decisão da princesa Diana que, em 1981, em seu casamento com o príncipe Charles em Londres, quebrou uma tradição ao não pronunciar a palavra “obedecer” em seus votos. As esposas de seus filhos, Kate Middleton e Meghan Markle, seguiram os passos de Diana.
Em inglês, os votos tradicionais para a mulher costumam citar “love, cherish and obey” (amar, cuidar e obedecer, em português). Diana, Kate e Meghan, no entanto, omitiram a palavra “obedecer”.
Mulher independente
Na volta da lua de mel com o marido Roney Barros, de 40 anos, em Trancoso, na Bahia, Inaiã disse ao g1 que não esperava a repercussão do vídeo na internet e que faria tudo de novo se fosse necessário.
“Acho que a palavra submissa, do jeito que eu conheço e está no dicionário, não deveria mais ser usada nos dias de hoje, quando a mulher trabalha, é independente e busca no casamento uma parceria. Eu tinha visto várias cerimônias das casamento, mas nunca tinha ouvido nada semelhante. Então, quando eu ouvi no meu casamento, tomei um choque e não segurei a espontaneidade e falei…”, afirmou a moça.
“No dia seguinte eu vi a repercussão e fiquei igualmente surpresa. Mas não guardei mágoas nem nada. Foi apenas um episódio engraçado que não ofuscou a festa, que foi tão inesquecível pra mim e pro meu marido”, afirmou a analista.
Escolha do celebrante
Católica praticante, Inaiã conta que queria se casar na igreja, mas mudou os planos por causa da pandemia, resolvendo fazer a cerimônia e a festa no buffet para evitar deslocamento dos convidados e reduzir os custos.
O casamento na paróquia que frequenta, na Chácara Flora, estava marcado para abril do ano passado, auge da primeira onda da pandemia do coronavírus, e as aglomerações foram proibidas pelo governo de São Paulo.
Quanto o estado voltou a permitir as festas, Inaiã não conseguiu conciliar a data da igreja com a do buffet, que iria cobrar uma multa se ela mudasse mais uma vez o dia do evento, acordado para 16 de outubro deste ano.
“Tentei achar um padre que celebrasse fora da igreja, mas não consegui. E uma amiga indicou esse cerimonialista. Nós almoçamos com ele e contamos a nossa história. E nos simpatizamos com ele, por ser jovem e ter uma linguagem bem popular. Ele era da igreja de uma amiga, mas não era pastor. E para nós estava tudo bem”, afirmou.
Apesar da saia-justa, ela afirma que a cerimônia prosseguiu sem mais problemas. Ela trocou alianças com o parceiro de 13 anos de relacionamento e caiu na pista para comemorar o enlace junto com os parentes e amigos depois de mais de uma hora de sessão de fotos.
“Depois da celebração, o cerimonialista explicou que ele quis dizer que a submissão era uma caminhada junto um com o outro. Eu entendi o ponto de vista dele, mas não concordei inteiramente. Acho que de fato precisa ter respeito, amor e parceria, mas os tempos são outros e certas palavras estão fora do tempo”, explicou.
“Respeito e companheirismo tem que existir, mas ninguém manda em ninguém. Temos direitos iguais. Mas nada disso abalou a festa. Minha família é muito festeira e a comemoração foi incrível e inesquecível. Nós dançamos e bebemos além da hora permitida, e tivemos que contratar uma hora adicional do buffet, porque ninguém queria ir embora. Foi tudo além do que a gente tinha planejado”, afirmou Inaiã.
2º casamento
O casal ainda pretende celebrar a união na Igreja Católica e só espera o padre arrumar uma data para que ela suba ao altar para dizer sim ao esposo.
“Talvez a gente consiga fazer a cerimônia junto com o batizado do meu sobrinho. Mas vai ser algo menor e sem festa de arromba. Mas se a Ana Maria Braga ou a Fátima Bernardes quiserem nos patrocinar, a gente faz a festa tudo de novo, exatamente igual à primeira”, brinca a noiva.
Após o episódio, a analista de RH diz que recebeu muitas mensagens de apoio de mulheres através das redes sociais e diz que achou a solidariedade feminina muito importante, apesar de não se considerar feminista.
“A gente sabe que as conquistas femininas ainda estão se consolidando e muitos episódios ruins contra mulheres acontecem ainda. Não sou feminista e não faço parte de nenhum movimento. Nem pretendo viver de fama e usar esse episódio para conquistar nada. Quero viver o que toda mulher livre quer, que é ter sua profissão, sua família e suas escolhas respeitadas, além de respeitar quem quer que seja”, declarou.
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