Daniel começou a vender água mineral há cerca de sete anos, quando ficou desempregado. O dinheiro conquistado com as seis horas de vendas diárias no semáforo da Avenida Artêmia Pires, no bairro do SIM, era usado para pagar o cursinho preparatório do exame.
A rotina puxada de trabalho, cursinho e estudos em casa ainda foi marcada por tentativas frustradas: Daniel chegou a passar em Engenharia Civil na Universidade Estadual de Feira de Santana (Uefs), mas a carga horária não deixava tempo livre para o trabalho. “Ou eu cursava engenharia civil e passava fome ou seguia trabalhando e estudando para concurso público”, afirmou.
Além disso, o estudante “bateu na trave” da convocação em sete dos 27 concursos prestados. Além disso, o vendedor até foi aprovado duas vezes em concursos da PM em São Paulo, mas a nomeação não foi consolidada.
Apenas em 2019, o jovem foi aprovado no concurso da PM da Bahia, mas ainda foi necessário esperar mais de um ano para de fato comemorar. Há cerca de uma semana, Daniel foi aprovado no teste de aptidão física (TAF) e venceu todas as etapas para a nomeação.
Para o estudante, a vitória só seria melhor se pudesse comemorar com a mãe, Alcione Almeida Santos, que faleceu há 11 meses devido a complicações causadas pelo lúpus. “Infelizmente, ela não resistiu à doença, mas eu tenho certeza que está orgulhosa de mim”, desabafou. (G1)