“Uma espiral fora de controle”, é assim que especialistas avaliam o aumento do diabetes no mundo. De acordo com o Atlas de Diabetes, são 537 milhões de adultos que convivem com a doença em todo o planeta, um aumento de 16% em comparação ao último balanço, feito em 2019.
O cenário é de alerta para uma piora na situação a curto prazo, com a possibilidade de pessoas, que têm um quadro pré-diabético, desenvolverem de fato a doença. No Brasil, são 15,7 milhões de adultos com diabetes e 18 milhões com pré-diabetes. Segundo o vice-presidente da Federação Internacional de Diabetes, Mark Barone, o estilo de vida imposto pela pandemia contribuiu para essa piora. “Houve o aumento da glicemia, da variabilidade glicêmica, piora dos hábitos de vida, aumentando o sedentarismo. Mais tempo de tela, na frente da TV e do computador, do que antes, menos tempo fazendo atividade física, que foi reduzida em mais de 60% dessas pessoas”, afirma.

O Brasil é o terceiro que mais gasta com a doença, são mais de 42 bilhões e 900 milhões de dólares. Ao mesmo tempo, o valor desembolsado com medidas de prevenção não é o suficiente. De acordo com um levantamento do Atlas de Diabetes, quase um terço dos brasileiros que convivem com diabetes não recebem o diagnóstico. E as consequências de não identificar logo a doença podem ser sérias. O paciente pode ter derrame, insuficiência renal, cegueira, ataque cardíaco e até sofrer com amputação de membros. O fator genético tem grande influência no desenvolvimento da doença.

Entretanto, médico Antônio Carlos Lerário, membro da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia, destaca a obesidade como um dos principais fatores de risco para o desenvolvimento da doença e lembra que o número de pessoas com sobrepeso tem aumentado. “Essa pré-disposição pode não ser tudo. Ela pode não desenvolver, ou desenvolver de uma forma mais atenuada, mais tardia, se a gente não engordar. Tem que evitar muita gordura, as gorduras saturas, frituras, comer uma alimentação mais variada, com legumes, frutas, verduras, mas tem que comer menos, porque a obesidade é assim, só se ganha peso quando se come mais do que precisa”, comenta. O ano de 2020 marcou os 100 anos da descoberta da insulina, principal hormônio utilizado no tratamento da doença. (Jovem Pan).

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