Amigos e colegas de profissão da professora Sheyla Bony, 39 anos, foram surpreendidos na noite desta quarta-feira (15) com a notícia de sua morte no município de Santa Brígida, cidade que fica a 50 km de Paulo Afonso, Bahia.
Segundo relatos de pessoas próximas, Sheyla sofria de depressão. Há dois dias, a professora publicou em suas redes sociais um vídeo onde aparece dublando a música “Aquieta Minh’alma”, do Ministério Zoe.

Hoje, após a sua morte, amigas comentaram a postagem lamentando a partida da professora. “Me perdoe por não ter percebido vc pedindo socorro. Me perdoe!”, escreveu Marii Magalhães. Leya Martins também publicou: “Nos perdoe Sheyla… Não enxergamos a sua dor a tempo de dizer que você não estava sozinha.”. Sheyla Bony deixa um filho.

A morte da professora Sheyla chocou não apenas a sua classe, mas toda população de Santa Brígida. O caso abre mais uma vez a importância do debate sobre a delicada questão da saúde mental.

“Por favor escutem, gritem e acreditem. Depressão não é frescura, não é querer chamara atenção. A dor do outro fere mais do que você possa imaginar. Hoje perdemos uma pessoa incrível, que jamais iríamos imaginar nessa situação. Por favor, mais amor!”, postou uma amiga de Sheyla também nas redes sociais.
//PA4.com

 

Dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) mostram que ocorrem 800 mil suicídios por ano no mundo, o que significa um suicídio a cada 40 segundos. Mais de 100 mil são suicídios de pessoas com menos de 19 anos de idade. Os dados foram apresentados pelo psiquiatra e professor de Medicina da Universidade Federal do Rio Grande do Sul Christian Kieling, em audiência pública na Comissão de Seguridade Social e Família da Câmara dos Deputados nesta quinta-feira (30).

Números no Brasil
Andrea Chaves, da equipe de emergência psiquiátrica do Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) do Distrito Federal, afirmou que há uma pandemia em curso envolvendo a saúde mental: “No ano passado mais de 12 mil pessoas morreram [por suicídio] no Brasil, lembrando que esses dados podem ser subnotificados”, observou.

Ela chamou a atenção para a falta de psicólogos e psiquiatras na rede pública de saúde e disse que campanhas de educação devem alertar sobre a necessidade de cuidado da saúde mental. E afirmou que há quatro eixos de cuidado: biológico, psicológico, social e espiritual. “Existem pessoas que cometem suicídio porque não têm comida em casa, então a gente não pode ignorar as questões sociais também”, salientou. Segundo ela, saúde mental não é a ausência de conflitos, mas “a habilidade de dar ordem às situações caóticas por meio da escolha de comportamentos assertivos”.

Envolvimento da família
Secretária Nacional da Família Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, Ângela Vidal Gandra acredita que a família precisa ser envolvida para a política pública ser eficaz. Ela citou o projeto do ministério “Acolha a vida porque a vida valha a pena”, que disponibiliza vídeos e cartilhas informativas sobre automutilação e suicídio.

“Esse projeto tem três vertentes: conscientização das família; formação de educadores, agentes públicos, sensibilizando-os, não só com informações técnicas, mas para a dimensão afetiva e emocional do ser humano; e a terceira vertente é o sentido da vida, para fomentar em cada ser humano o desejo de viver”, disse.

Veja abaixo uma lista de serviços que atuam na prevenção a suicídios:

 

Entidades

– Associação Brasileira de Psiquiatria

– Conselhos Federal e Regionais de Psicologia

 

Serviços de saúde da rede pública

– Caps (Centros de Atenção Psicosocial)

– Unidades Básicas de Saúde (Saúde da Família, postos e centros de Saúde)

 

Emergência

– Samu 192

– Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) e prontos socorros de hospitais

 

Apoio

– Centro de Valorização da Vida (CVV) – Ligação gratuita 188

– Grupo de Apoio aos Sobreviventes de Suicídio (Gass)

 

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