Farmacêuticos têm alertado seus clientes que o preço dos remédios deve subir em breve. Isso porque o órgão do governo responsável por definir o reajuste máximo dos medicamentos deve anunciar nos próximos dias uma alta de 10,89%.
Além da inflação, a Cmed também leva em conta outros três fatores,
que analisam questões como a produtividade, a competitividade e o
aumento de custos específicos para o setor farmacêutico.
Dois desses fatores já foram divulgados e não vão interferir no
cálculo. Em relação ao último fator, o impacto é de 0,35%, de acordo com
o Sindusfarma (Sindicato da Indústria de Produtos Farmacêuticos),
totalizando 10,89%.
O anúncio oficial do aumento é esperado até quinta-feira (31).
Fabricantes e revendedores poderão subir os preços dentro da nova margem
definida pela Cmed, mas somente após publicação de portaria por parte
do governo federal regulamentando o reajuste.
Diferentemente de anos anteriores, não devem ser anunciados três
níveis de reajuste, que eram definidos conforme o tipo de remédio. Ou
seja, todos os medicamentos deverão ter um aumento autorizado de 10,89%.
A mudança deve prejudicar o consumidor, uma vez que os diferentes
níveis eram uma forma de segurar a alta de preços de certos tipos de
remédios. Até então, a prática era de autorizar um aumento maior para os
que têm maior concorrência, como é o caso dos genéricos. Em 2021, os
aumentos autorizados foram de 10,08%, 8,44% e 6,79%, por exemplo.
Em nota, o Sindusfarma afirma que o reajuste não será automático nem imediato, pois há concorrência entre as empresas.
“É importante o consumidor pesquisar nas farmácias e drogarias as
melhores ofertas dos medicamentos prescritos pelos profissionais de
saúde”, recomenda Nelson Mussolini, presidente executivo do sindicato.
“Dependendo da reposição de estoques e das estratégias comerciais dos
estabelecimentos, aumentos de preço podem demorar meses ou nem
acontecer”, diz ele.
As indústrias farmacêuticas também afirmam que os medicamentos
costumam ter reajuste abaixo da inflação média –no IPCA acumulado de 12
meses até fevereiro, os produtos farmacêuticos subiram 6,65%.
“Os medicamentos têm um dos mais previsíveis e estáveis comportamentos de preço da economia brasileira”, diz Mussolini.
POLÍTICA DE PREÇOS
Em fevereiro, o governo de Jair Bolsonaro (PL)
avaliou alterar a forma de reajuste, permitindo que os preços dos
remédios fossem modificados a qualquer momento, mas houve resistência da
equipe econômica, contrária a intervenções no mercado.
Havia duas propostas: uma da Cmed, que indicava possibilidade de aumento excepcional, sempre que houvesse alta de insumos, e outra do Ministério da Saúde.
Bahia Notícias