Maior vencedor do Mundial, com cinco taças, o Brasil está na lista. Assim como a França, atual campeã. Mas há também as seleções que podem surpreender, como a Dinamarca, que foi sensação na última Eurocopa e nas Eliminatórias Europeias, e a Bélgica, com uma geração talentosíssima.
O Correio selecionou as 10 equipes favoritas ao título da Copa do Mundo.
VEJA:
Brasil
Quando se fala em favoritos na Copa do Mundo, o Brasil sempre está na lista. Afinal, a seleção canarinha é a maior vencedora da competição, com cinco títulos na bagagem. E, se o último foi conquistado há um bom tempo, em 2002, a equipe tem tudo para quebrar o jejum de 20 anos no Catar.
A começar pela campanha animadora nas Eliminatórias Sul-Americanas. A equipe de Tite fechou a 18ª rodada como líder invicta, com 13 vitórias e quatro empates, um rendimento de 88,2%. Foram 40 gols marcados em 17 partidas (média de 2,4 gol por jogo) e apenas cinco sofridos.
Não só isso mas, após a goleada sobre a Bolívia, o Brasil foi a 45 pontos e quebrou o recorde de melhor campanha do torneio qualificatório na era dos pontos corridos. Desde que o campeonato adotou esse formato, antes do Mundial de 1998, a melhor marca havia sido da Argentina, com 43 pontos para a Copa de 2002.
Neymar anotou oito gols para o Brasil nas Eliminatórias (Foto: Lucas Figueiredo/CBF) |
Além disso, a vitória também fez a seleção canarinha voltar à liderança do ranking da Fifa, assumindo a posição que era da Bélgica. A equipe não sabia o que era ocupar o posto desde agosto de 2017. No mês seguinte, perdeu a colocação para a Alemanha. E, em outubro de 2018, os belgas chegaram ao topo e, desde então, não haviam saído mais.
Neymar ainda é considerado o principal jogador da seleção. Mas há vários outros nomes de destaque, como Richarlison (Everton), Lucas Paquetá (Lyon), Vinicius Junior (Real Madrid), Antony (Ajax), Bruno Guimarães (Newcastle), Casemiro (Real Madrid)…
O Brasil está no Grupo G da Copa do Mundo do Catar, ao lado da Sérvia, Suíça, Camarões. A estreia será no dia 24 de novembro, contra os sérvios. Em seguida, no dia 28, pega os suíços. E fecha a fase de grupos contra os camaroneses, no dia 2 de dezembro.
França
A França chega ao Catar como uma das maiores favoritas. Afinal, não só é a atual campeã mundial, como tem um elenco de dar inveja a outras seleções, incluindo Kylian Mbappé, craque do Paris Saint-Germain. Outro grande nome é Karim Benzema, que vem vivendo seu melhor momento com a camisa do Real Madrid.
Benzema e Mbappé são dois destaques da seleção da França (Foto: Equipe de France/Divulgação) |
Nas Eliminatórias, os franceses fizeram bonito e conquistaram a classificação de forma invicta, com cinco vitórias – incluindo uma impressionante goleada de 8×0 sobre o Cazaquistão -, além de três empates.
Apesar de toda a expectativa, a equipe do técnico Didier Deschamps decepcionou recentemente. A França também tinha favoritismo na última edição da Eurocopa, disputada no ano passado, mas caiu ainda nas oitavas, para a Suíça, nos pênaltis. Foi a primeira vez que a seleção não se classificou para as quartas de final de um grande torneio desde 2010.
Bicampeã mundial (1998 e 2018), a França está no Grupo D da Copa, e tem em seu caminho uma equipe que promete ser pedra no sapato: a Dinamarca. Também estão na chave a Tunísia e o classificado da repescagem entre Peru/Emirados Árabes/Austrália – o vencedor só sairá em junho.
Inglaterra
A Inglaterra conquistou a Copa do Mundo apenas uma vez, em 1966. Depois disso, não conseguiu nem mais chegar à final, em 13 edições disputadas desde então. A meta é encerrar de uma vez por todas o jejum de 56 anos, e faturar o sonhado bicampeonato.
Para isso, a equipe tem um elenco de grande qualidade, com jogadores intensos e jovens talentos, habituados à pressão da Premier League. Artilheiro e capitão, Harry Kane, do Tottenham, é o grande destaque.
Mas o técnico Gareth Southgate também tem à disposição outras estrelas, como os meias Phil Foden (Manchester City) e Mason Mount (Chelsea) e os atacantes Raheem Sterling (Manchester City) e Jack Grealish (Manchester City).
Kane é o capitão e artilheiro da Inglaterra (Foto: Seleção da Inglaterra/Divulgação) |
Não a toa, a seleção inglesa tem ficado perto de um grande feito. Na última Copa, terminou em quarto e, na Euro, ficou com o vice-campeonato.
A equipe ainda fechou as Eliminatórias Europeias com o melhor ataque entre todos os presentes: 39 gols em dez jogos – oito vitórias e dois empates – uma impressionante média de 3,9 gols por partida. Só Harry Kane foi o responsável por marcar 12 vezes, nos oito duelos em que disputou.
Na Copa do Catar, a Inglaterra foi posicionada no Grupo B, ao lado de Irã, Estados Unidos e o classificado da última repescagem europeia (País de Gales, Escócia ou Ucrânia).
Alemanha
A Alemanha pode não chegar ao Catar como cabeça de chave, mas é inegável o poder que tem a tetracampeã mundial (1954, 1974, 1990 e 2014). Depois de decepcionar na Copa de 2018 – eliminada na primeira fase, com o último lugar em seu grupo – e na Eurocopa – caindo ainda nas oitavas -, a seleção passou por uma mudança no comando técnico, e vem se mostrando no caminho certo.
Após 15 anos, Joachim Löw deixou a seleção alemã em junho do ano passado, sendo substituído por Hansi Flick. E o novo técnico parece ter conseguido espantar a má fase.
Gnabry é um dos grandes destaques da seleção alemã (Foto: Philipp Reinhard/DFB) |
Nas Eliminatórias, o treinador venceu todos os sete jogos que disputou e, só neste período, o time marcou 31 gols, sofrendo apenas dois. No fim, a Alemanha fechou o torneio como líder do grupo J, com 27 pontos em 10 partidas (nove vitórias e uma derrota).
No elenco, há um potencial coletivo muito grande, com a mistura de veteranos, como Thomas Müller e Manuel Neuer, ambos do Bayern de Munique, e Marco Reus, do Borussia Dortmund, com jovens talentos, como Sané, Gnabry e Kimmich, trio também do Bayern.
Sem ser cabeça de chave no sorteio da Copa, a Alemanha acabou caindo em um grupo que tem outra campeã mundial: a Espanha (2010). O Grupo E também terá o Japão e o vencedor da repescagem entre Costa Rica e Nova Zelândia.
Espanha
A Espanha não fez um trabalho brilhante na última Copa do Mundo, quando caiu nas oitavas de final para a anfitriã Rússia, nos pênaltis. Mas, logo depois da eliminação, Luis Enrique assumiu e vem conduzindo bem a equipe.
No ano passado, a seleção chegou às semis da Eurocopa e, pouco depois, à final da Liga das Nações. Nas ocasiões, porém, caiu para Itália e França, respectivamente.
Morata é um dos principais jogadores da seleção da Espanha (Foto: Seleção Espanhola/Divulgação) |
Nas Eliminatórias, a La Fúria conquistou 19 pontos, após seis vitórias, um empate e uma derrota. Ao longo dos últimos jogos, o ex-treinador do Barcelona tem aproveitado para fazer testes na equipe, e ainda não adiantou se já tem uma ‘base’ do time que levará ao Catar.
Apesar do mistério, alguns nomes são esperados, como Álvaro Morata, da Juventus. O centroavante já é o sétimo maior goleador da história da seleção espanhola, com 25 gols em 52 jogos. Outros jogadores que prometem ter boas atuações são os meias Gavi e Pedri e o atacante Ansu Fati, trio do Barcelona.
A Espanha, vencedora de 2010, terá uma pedra no sapato na fase de grupos. O sorteio colocou a tetracampeã na chave E, a mesma da La Fúria. Os outros dois adversários são o Japão e o vencedor da repescagem entre Costa Rica e Nova Zelândia.
Argentina
Lionel Messi finalmente conseguiu um título com a Argentina, quando faturou a Copa América em 2021, sobre o Brasil e em pleno Maracanã. Mas há quem diga que, na brilhante e vitoriosa carreira do astro, está faltando o título da Copa do Mundo.
Ele chegou bem perto em 2014, mas viu a Alemanha marcar na prorrogação e acabar com as esperanças. Agora, o Catar pode ser a última chance que Messi terá para vencer. Dono de sete Bolas de Ouro, o craque já disse que terá “que repensar muita coisa” após a próxima Copa, deixando no ar uma possível aposentadoria da seleção albiceleste.
Messi deixou no ar chance de se aposentar da Argentina após a Copa (Foto: AFA/Divulgação) |
Bicampeã mundial (1978 e 1986), a Argentina fez uma campanha muito boa nas Eliminatórias Sul-Americanas, e fechou a 18ª rodada invicta e na segunda colocação – atrás apenas do Brasil. Foram 39 pontos conquistados pela equipe do técnico Lionel Scaloni, com 11 vitórias e seis empates, aproveitamento de 76,5%.
O sorteio da Copa colocou os hermanos no Grupo C. É o mesmo da Polônia, comandada pelo atual melhor jogador do mundo, Robert Lewandowski. Também estão na chave a Arábia Saudita e o México.
Dinamarca
A Dinamarca foi a grande surpresa e a sensação da Eurocopa. Mesmo com o trauma do mal súbito sofrido por Eriksen na rodada de abertura, a equipe se reergueu e chegou até as semis, caindo para a vice-campeã Inglaterra. Mas a ‘Dinamáquina’ mostrou que aquela campanha não foi mera sorte, e brilhou nas Eliminatórias Europeias.
Eriksen está de volta à seleção da Dinamarca após parada cardíaca (Foto: Fodboldbilleder.dk/Divulgação) |
A seleção sofreu seu primeiro gol apenas em seu nono jogo, quando já estava classificada para o Mundial do Catar. No fim, os dinamarqueses acumularam nove vitórias seguidas, com apenas uma derrota – na última rodada, para a Escócia, por 2×0.
Para a Copa, o técnico Kasper Hjulmand tem à disposição Eriksen, seu grande astro e camisa 10. O jogador voltou à seleção no último sábado (26), nove meses após sofrer o ataque cardíaco. No amistoso contra a Holanda, ele entrou em campo no início do segundo tempo e marcou o gol no seu primeiro chute.
A Dinamarca está no Grupo D da Copa do Catar, o mesmo da atual campeã, a França. Também estão na chave a Tunísia e o classificado da repescagem entre Peru/Emirados Árabes/Austrália – o vencedor só sairá em junho.
Bélgica
Apesar de nunca ter chegado a uma final da Copa – a melhor colocação foi um terceiro lugar, no Mundial de 2018 -, a Bélgica vem provando que pode ser, sim, uma das favoritas a conquistar o título. Principalmente, pela geração de jogadores de enorme qualidade.
Um dos maiores nomes é o meia Kevin De Bruyne, que foi campeão da Premier League e da Copa da Liga Inglesa no ano passado, com o Manchester City. Outro destaque da equipe é o centroavante Romelu Lukaku, que faturou a última edição do Mundial de Clubes com o Chelsea.
Kevin De Bruyne, meia do Manchester City e da Bélgica (Foto: Seleção da Bélgica/Divulgação) |
Além disso, há o surgimento de uma nova fase da equipe belga, com novos jogadores despontando. É o caso do meia Charles De Ketelaere, do Brugge, e do atacante Jérémy Doku, do Rennes. Nas Eliminatórias, a seleção ficou invicta. Foram seis vitórias e dois empates, com 20 pontos conquistados.
No Catar, a Bélgica está no Grupo F e terá como primeiros adversários o Canadá, o Marrocos e a Croácia, atual vice-campeã mundial.
Holanda
Depois de ter ficado de fora da Copa do Mundo passada, quando não conseguiu se classificar, a Holanda está de volta. E a equipe parece ter entrado nos trilhos sob o comando de Louis van Gaal. A seleção vem mostrando sinais positivos na preparação para o Catar, e vem provando que pode, sim, ser uma pedra no sapato dos rivais.
Em dois amistosos realizados nesta semana, a Laranja Mecânica fez bonito. Primeiro, venceu por 4×2 a Dinamarca, que foi a sensação da Eurocopa e das Eliminatórias Europeias. Depois, os holandeses mostraram bom futebol contra a Alemanha, em uma partida disputada. O jogo, porém, terminou em empate por 1×1.
O zagueiro Van Dijk é um dos destaques da Holanda (Foto: Seleção Holandesa/Divulgação) |
No torneio classificatório, a Holanda foi a terceira seleção, entre todos os grupos, que mais fez gols: 33, atrás apenas dos ingleses (39) e dos alemães (36). Com sete vitórias, dois empates e uma derrota, a equipe terminou as Eliminatórias com 23 pontos em 10 jogos disputados.
Um dos destaques da Laranja Mecânica é a dupla de zaga, formada por Virgil van Dijk, do Liverpool, e Matthijs de Ligt, da Juventus. Já no ataque, a grande estrela é Memphis Depay, do Barcelona.
O sorteio da Copa do Mundo posicionou a Holanda no Grupo A, que também tem o anfitrião Catar, além do Equador e do Senegal.
Portugal
Portugal teve, novamente, que percorrer um caminho mais longo para se classificar para a Copa do Mundo. Mas o sufoco de ter que jogar a repescagem europeia passou, e a seleção está garantida no Catar. Será mais uma chance (e, talvez, a última) de Cristiano Ronaldo faturar o sonhado título.
Cristiano Ronaldo tem mais uma chance de buscar a taça da Copa do Mundo (Foto: Seleção de Portugal/Divulgação) |
Vencedor de cinco Bolas de Ouro, o craque é o grande destaque do elenco, mas tem o apoio de uma ótima geração lusa. Bruno Fernandes, do Manchester United, está em ótima fase, e foi o responsável pelos dois gols sobre a Macedônia do Norte, que asseguraram a presença de Portugal no Mundial.
Outros nomes de dar inveja são os atacantes Diogo Jota, do Liverpool, e João Félix, do Atlético de Madrid, além do veterano zagueiro Pepe, brasileiro naturalizado português.
A seleção de Portugal está no Grupo H da Copa, e terá um bicampeão pela frente: o Uruguai (1930 e 1950). Gana e Coreia do Sul completam a chave.
por Giuliana Mancini / Correio