Líquido é periciado pela Polícia Civil. Ao todo, três pessoas morreram e cinco foram hospitalizadas; duas delas já receberam alta.
O delegado Erick Torres, responsável por investigar as mortes de três pessoas após o consumo de uma suposta cachaça, na cidade de São Félix do Coribe, no oeste da Bahia, acredita que a intoxicação pode ter sido acidental.
A situação aconteceu na última sexta-feira (20). Ao todo, sete pessoas já foram ouvidas. O delegado não deu detalhes sobre os depoimentos, mas disse que há informações desencontradas e que algumas pessoas não sabem exatamente o que aconteceu.
Além das vítimas que morreram, outras cinco precisaram ser hospitalizadas. Três delas chegaram a ser intubadas, sendo que duas passaram pelo processo de retirada da ventilação mecânica, a chamada extubação, na segunda-feira (23).
Soniele Alves da Silva, 18 anos, e Anderson Santos das Neves, 30 anos, já respiram sem a ventilação mecânica, mas ainda não tiveram alta médica. Apenas Carina Cátia Santos, 41 anos, permanece intubada. Todos estão internados no Hospital da cidade de Barra, também na região oeste.
Os outros dois trabalhadores já estão em casa. As três vítimas que morreram após beberem o liquido foram identificados como Vitor Oliveira de Assis, 17 anos, Marcone Ferreira de Souza, 36 anos, e Igor Gabriel Santos Conceição, 19 anos. Eles eram moradores do distrito de Porto Novo, na cidade de Santana.
Os trabalhadores foram intoxicados dentro de um ônibus em uma fazenda, em São Félix do Coribe, quando aguardavam o pagamento pelos serviços prestados no local. O dono da fazenda fez contato com a prefeitura para tentar salvar os funcionários.
Ao beber o líquido, oito pessoas começaram a passar mal ainda no ônibus. Algumas vítimas tiveram convulsões e a situação causou desespero nos demais trabalhadores.
Garrafa ficou desaparecida
A garrafa com o líquido que matou os três trabalhadores e intoxicou outros cinco sumiu na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) para onde as vítimas foram levadas. A delegacia da cidade foi acionada para procurar o material, que após encontrado foi levado para perícia.
De acordo com a coordenação da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Santa Maria da Vitória, assim que as vítimas chegaram com a suposta cachaça, a equipe de enfermeiros guardou a garrafa para identificar do que se tratava, e o que poderia ser antídoto para o líquido. No entanto, a garrafa desapareceu.
Policiais da delegacia da cidade foram chamados para fazer uma busca no local, e garrafa foi encontrada na mochila de uma das pessoas que estavam na unidade. Não há detalhes sobre quem é essa pessoa, nem a justificativa para o material ter sido encontrado em meio aos pertences dela.
O caso segue sob investigação da polícia, que faz a perícia para identificar do que se trata o líquido que intoxicou os trabalhadores. O homem que ofereceu a bebida às vítimas já prestou depoimento. A polícia não deu detalhes sobre as informações fornecidas por ele.
Outros depoimentos também estão agendados e pessoas devem ser ouvidas nesta segunda-feira (23). Guias para exames toxicológicos foram solicitados e o corpo das vítimas que morreram também passará por perícia.
Socorro prestado
A secretária de Saúde de São Félix do Coribe contou que foi avisada pelo dono da fazenda de que os trabalhadores estavam passando mal. Ela então articulou com vários médicos, para que o atendimento às vítimas fosse feito o mais rápido possível.
Na UPA de Santa Maria da Vitória, a coordenação se mobilizou para prestar o socorro, mas as três vítimas que morreram já chegaram quase sem sinais vitais e não resistiram. A suspeita é de que elas tenham ingerido mais líquido que as outras. (G1 BA).