Com 5,24 mil casos ativos, a Bahia vive uma nova onda da Covid-19. As notificações da doença cresceram 14,5 vezes em um mês, segundo os dados oficiais da Secretaria de Saúde da Bahia (Sesab). O avanço da vacinação, porém, evitou que este aumento seja refletido em mortes e internações.
Em entrevista a Mário Kertész, na Rádio Metropole, o ex-presidente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Gonzalo Vecina Neto, explicou que o aumento recente se deve à combinação de três fatores: a possibilidade de reinfecção, o grande potencial de transmissão das novas sub variantes da ômicron e o relaxamento das medidas sanitárias contra o coronavírus.

“Estamos tendo um recrudescimento porque ter tido a doença não nos protege de tê-la novamente. E nós relaxamos. Ninguém está usando mais máscara. Somado a isso, as sub variantes que enfrentamos têm um grau de disseminação e infectividade muito elevado”, diz.

Por outro lado, enquanto há um ano 1.293 adultos lutavam pela vida em leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) na Bahia, atualmente o estado tem 55 pessoas (com mais de 18 anos) ocupando os espaços exclusivos para o tratamento do coronavírus. Ou seja, apesar do aumento de casos, as formas graves da doença reduziram mais de 23,5 vezes.

A médica infectologista Aline Abreu atribui a redução de internações à vacinação contra a Covid-19. “Estamos vivendo uma nova onda, mas dentro da população que já está vacinada. Então, é outro cenário. As pessoas internadas são aquelas mais idosas ou que têm comorbidades”.

Gonzalo Vecina ressalta, então, a importância de seguir os prazos estipulados para a imunização. “Quem está vacinado tem uma chance 26 vezes menor, mas pode ter a doença. Nós sabemos que quatro a cinco meses depois da vacina, há uma queda nos anticorpos, por isso aplicamos a terceira dose e estamos aplicando a quarta dose”, afirma.

Na Bahia, mais de 7,4 milhões de pessoas com 12 anos ou mais ainda não se vacinaram contra a Covid-19 ou estão com o esquema vacinal incompleto, conforme dados da Sesab. O número representa 58,6% do público-alvo.


A VOLTA DO SÃO JOÃO


O retorno dos festejos juninos após dois anos sem o evento deve reunir uma multidão de baianos saudosos em diversas cidades do interior do estado. Em meio à alta de casos, a previsão preocupa as autoridades de saúde. Entre os receios, há o do surgimento de outras viroses que, associadas ao coronavírus, podem agravar a situação sanitária de locais despreparados. (Metro1)

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