O jornalista não conseguiu dar a notícia porque foi interrompido por gritos dos manifestantes e precisou chamar o âncora Rafael Algarte. "Vou precisar voltar com você aí, Rafa, porque o pessoal aqui acaba atrapalhando um pouco o nosso trabalho", lamentou ele.
A câmera mostrou um grupo de pessoas cercando Macri enquanto levantavam as mãos e protestavam contra a transmissão da imprensa. Algarte se revoltou com a atitude dos bolsonaristas."As pessoas precisam respeitar o que está acontecendo lá, é o trabalho de um repórter", afirmou.
"A imprensa está lá para mostrar exatamente o que acontece, e quem está manifestando não vai atacar profissional, trabalhador. É impossível mostrar a situação lá neste momento. Não é assim, as coisas não são desta forma. Não é atacando a imprensa, repórter ou trabalhador, que vai resolver a situação. Tem que ser respeitado", criticou o âncora.
O repórter conseguiu voltar depois ao vivo para dar novas informações, mas relatou em seus Stories do Instagram que, durante o tempo em que não ficou no ar, levou chutes, pontapés e teve a roupa molhada com água jogada pelos golpistas.
"Na sequência disso, juntaram umas 20 ou 30 pessoas. Eles tentavam tapar a lente da câmera. Ali, foi como se estivéssemos no meio de uma roda e todo mundo chutando e dando soco.Pensei 'se eu cair aqui, eu morro'. Foi uma situação muito difícil", desabafou Macri.
No momento em que as pessoas partiram para cima, ele perdeu o microfone, recuperado depois por um manifestante que o ajudou a se afastar da multidão e pediu desculpas. "Entrei falando por telefone o que a gente tinha vivido, mas me vi perto da morte, mesmo. Nunca vi tanta gente louca e agressiva na minha vida", completou.
Em nota, a Abratel (Associação Brasileira de Rádio e Televisão), repudiou as agressões sofridas por Macri e outros jornalistas durante as manifestações a favor de Jair Bolsonaro (PL). Veja abaixo a nota enviada à Record:
A Associação Brasileira de Rádio e Televisão (Abratel) repudia as agressões sofridas por equipes de reportagens durante a cobertura das manifestações que perduram desde a segunda-feira (31), sendo acentuadas nesta quarta (2). As agressões físicas, lesão corporal grave à repórteres e impedimento do exercício do trabalho jornalístico ferem diretamente o direito à informação, assegurado pela Constituição Federal. (Notícias da TV UOL)