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  • 'A pior situação humanitária que já vi': os relatos de médico que foi atender os yanomami ~ Blog Barreiras Noticias | Juninho Sem Maquiagem


    O médico tropicalista André Siqueira, do Instituto Nacional de Infectologia da Fundação Oswaldo Cruz (FioCruz), estava em terras yanomami desde segunda-feira (16/1). Nos últimos dias, ele diz ter testemunhado "a pior situação de saúde e humanitária" que já viu.

     
    Enviado ao local pela Organização Pan-Americana de Saúde (Opas-OMS), o especialista em malária visitou o polo-base de Surucucu, em Roraima, e passou por outras comunidades da região.


    "Nosso objetivo era fazer um diagnóstico rápido da situação e criar um plano de ação para mitigar ou resolver essas questões, em parceria com o Ministério da Saúde e as lideranças yanomami", contextualiza o médico, em entrevista à BBC News Brasil.

    "O que vimos foi uma situação muito precária em termos de saúde, com pacientes acometidos por desnutrição grave, infecções respiratórias, muitos casos de malária e doenças diarreicas. Junto a isso, uma escassez de equipes e de estrutura", relata.

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    Siqueira diz que se deparou com casos de desnutrição extrema em famílias inteiras. Emocionado, o médico confessou que é muito difícil enfrentar essa situação, que classifica como "catastrófica" e "desastrosa".

    "Presenciar na prática esse nível de sofrimento é muito pesado. Na hora a gente encara e vai no automático. Mas depois, quando cai a ficha, vemos como é uma situação difícil."

    "A gente compara com nossos filhos. Vemos os pais, as crianças e toda a comunidade sofrendo. E, mesmo diante de tanta dificuldade, há um senso de coletividade muito grande. Mesmo as pessoas com fome, quando recebem algum alimento, tentam dividir com quem está ali", completa.

    O aumento de casos e mortes por desnutrição e malária na reserva indígena yanomami ligou o sinal de alerta do governo federal e motivou um decreto de Emergência de Saúde Pública neste território.

    Ao lado de uma comitiva de ministros e secretários, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) fez uma visita à região no sábado (21/1) e classificou a situação como "desumana".

    O Ministério da Saúde anunciou uma série de ações para tentar controlar a crise — como a instalação de um hospital de campanha e o envio de insumos e profissionais de saúde.

    Já o Ministério da Justiça determinou a abertura de um inquérito para "apurar o crime de genocídio" na região.

    O governo calcula que 570 crianças yanomami morreram nos últimos quatro anos.

    Mas como a situação dos yanomami chegou a este ponto? Entenda a seguir os principais elementos que ajudam a explicar esse cenário de crise sanitária — e o que está sendo feito para revertê-lo.

    A maior reserva indígena do Brasil

    Segundo o Instituto Socioambiental (ISA), a terra indígena yanomami é habitada por oito povos, possui cerca de 26,7 mil habitantes e compreende uma área de 9.600 hectares (o equivalente a 13,8 mil campos de futebol).
     
    https://g1.globo.com/saude/noticia/2023/01/22/a-pior-situacao-humanitaria-que-ja-vi-os-relatos-de-medico-que-foi-atender-os-yanomami.ghtml

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