
Cercado por investigações que analisam tanto sua eventual responsabilidade nos atos violentos quanto a prática de abusos na campanha que podem torná-lo inelegível, conforme a Folha de São Paulo, o ex-presidente disse que está ciente das possíveis consequências de seu retorno ao Brasil, o que incluiria o risco de ser preso. Ele lembrou o caso do ex-presidente Michel Temer (MDB), que foi parar na prisão após deixar o cargo.
O ex-mandatário afirmou, porém que ainda que se vê como o líder nacional da direita e que não há ninguém mais apto no momento a assumir o papel de organizador desse grupo. O ex-presidente indicou que apoiará candidatos conservadores nas eleições municipais do ano que vem e, possivelmente em março voltará ao Brasil para liderar a oposição ao presidente Lula. Segundo ele, o movimento de direita no Brasil está vivo e vai continuar.
Por fim, ao WSJ ele disse que perder faz parte em uma eleição e que não dá para falar em fraude, mas que o processo foi enviesado, o que o jornal descreveu como uma aparente tentativa de moderar as críticas ao sistema eleitoral brasileiro, depois de nunca ter reconhecido abertamente a derrota para Lula.
Bolsonaro também rebateu na entrevista as tentativas de associá-lo aos ataques de 8 de janeiro em Brasília, argumentando que nem sequer estava no Brasil na data e que é inocente.
Minimizando os atos promovidos por apoiadores de sua candidatura, ele sugeriu ser inapropriado falar em tentativa de golpe porque não existiam na ocasião comandantes, tropas e bombas. (ba)