O empresário Cornélio Sanders, que doou R$ 1 milhão à campanha de Jair Bolsonaro em 2022, é acusado em um processo de ocupar ilegalmente 7,6 mil hectares de terras no Piauí. Sanders é o maior produtor de soja do estado. O Tribunal de Justiça do Piauí (TJPI) julgará o caso nesta quinta-feira (14/3).

O TJPI foi acionado em 2017 pela empresária Bernadete Guadagnin. Em uma tentativa de acordo há três anos, Guadagnin pediu indenização de R$ 172,6 milhões de Sanders, por supostas irregularidades quando Sanders comprou uma fazenda em 2007. Segundo Guadagnin, a terra é uma “propriedade fictícia e inexistente, fruto de ato fraudulento”.

Os 7,6 mil hectares em disputa — o equivalente a 7,6 mil campos de futebol — ficam na região de Uruçuí, no oeste do Piauí, onde Cornélio Sanders planta milho. A cidade tem cerca de 20 mil habitantes.

Procurada, a defesa de Cornélio Sanders afirmou que o terreno foi comprado regularmente e acusou a família Guadagnin de atrapalhar a carreira empresarial de Sanders.

“A compra foi concretizada de acordo com todos os ditames legais, junto ao Tabelionato de Uruçuí e na presença de duas testemunhas. Os autores do processo [Guadagnin] não apresentaram em nenhum momento o dano que tiveram, o que demonstra a impossibilidade da indenização. É uma clara tentativa de obstruir os trabalhos de um grupo empresarial que busca o desenvolvimento do Piauí”, afirmou o advogado de Sanders, Wildson de Almeida Oliveira Sousa.

Denúncia por trabalho escravo

Em 2005, Cornélio Sanders foi denunciado pelo Ministério Público Federal por trabalho escravo em uma de suas fazendas. O caso acabou arquivado em 2019 e nunca foi julgado. Os fiscais apontaram supostas jornadas excessivas de trabalho e irregularidades nos alojamentos, nos banheiros e nas cozinhas da propriedade. Sanders nega qualquer irregularidade. (Metrópoles).

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