A grande maioria dos incêndios florestais no Brasil não tem causas naturais, mas sim ação humana. É o que aponta a doutora em geociências Renata Libonati, coordenadora do Laboratório de Aplicações de Satélites Ambientais (Lasa) da Universidade Federal do Rio de Janeiro.

“Menos de 1% dos incêndios no Brasil é causado por raios. Os outros 99% têm origem em atividades humanas”, afirma Libonati. Ela lidera o sistema **Alarmes**, que monitora diariamente, por satélite, a presença de fogo na vegetação e emite alertas sobre focos de incêndio. Relacionando esses dados com a proibição de queimadas, a pesquisadora destaca que “mesmo quando não são intencionais, esses incêndios são, de alguma forma, criminosos”, afirmou em entrevista à Agência Brasil.

Com dados atualizados a cada 24 horas, Libonati descreve a situação como “muito crítica”, especialmente na Amazônia, onde os índices são os piores já registrados. No Cerrado e no Pantanal, a presença das chamas também está “muito próxima do máximo histórico”, alerta a especialista.


Ela ainda associa a proliferação dos incêndios a atividades econômicas que envolvem o uso da terra: “Os incêndios estão diretamente ligados à maneira como utilizamos o solo no Brasil”. Com a experiência de quem acompanha de perto o agravamento das crises climáticas, Renata Libonati lança um aviso preocupante: “Nosso estilo de vida atual é incompatível com o bem-estar futuro da nossa sociedade”.

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