A notícia de um possível ciclone extratropical atingindo a Bahia entre os próximos sábado (23) e domingo (24) tem preocupado baianos, principalmente após os temporais registrados em São Paulo, mês de outubro, quando milhares de residências ficaram ao menos três dias sem energia elétrica. A meteorologista Cláudia Valéria, do Instituto Nacional de Meteorologia  (Inmet), descarta essa possibilidade de formação de um ciclone, porém revela que a Bahia já começa a ver os primeiros sinais de chuva a partir desta sexta-feira (22).

Segundo a meteorologista, o que vai acontecer é, na verdade, o posicionamento de uma frente fria sobre o oceano que está organizando esse corredor de umidade sobre a Bahia.Ele vai gerar chuva em todo o estado, mas a mais significativa será nas regiões oeste, vale do São Francisco e sul do estado. Para sábado, a previsão, segundo o Inmet, é de muitas nuvens com pancadas de chuva e trovoadas isoladas, além de ventos fracos e moderados, com rajadas.

Temporais na Bahia

Apesar de ter a possibilidade do ciclone descartada neste final de semana e de temporais mais intensos serem comuns na região sul da Bahia, Cláudia Valéria destaca que, em algum outro momento, algo parecido com o que aconteceu em São Paulo pode ser registrado em Salvador.

“Foi uma linha de instabilidade que se formou na região [de São Paulo] e provocou uma chuva de grande potencial. Isso pode acontecer em qualquer parte do nosso país, inclusive aqui na Bahia”, declara a meteorologista Cláudia Valéria. Em Salvador, há e continuarão havendo sistemas com chuvas intensas, descargas elétricas e ventos fortes, mas com menos frequência do que se ocorre no sul do país e na região Sudeste. De acordo com a meteorologista, os fenômenos meteorológicos se dão por uma série de sistemas, incluindo posicionamento geográfico, diferenças de temperatura, pressão e outros fatores que não existem historicamente na Região Nordeste do Brasil.

No entanto, na Bahia, por sistemas de baixa pressão, as regiões do litoral sul e extremo sul baiano, como Ilhéus, sofrem com mais fenômenos como ciclones, chuvas e ventos intensos, que podem originar os alagamentos e os deslizamentos que ocorrem periodicamente nas regiões.

Em caso de emergência

O corte do fornecimento de energia é uma das preocupações recorrentes quando se fala desses fenômenos. Em nota, a Neoenergia Coelba diz que “está preparada para estes cenários” e ainda declara que, quando há previsão de emergência, um plano operativo com reforço de profissionais e monitoramento em tempo real é feito. Apesar da declaração, apenas 6% da fiação na cidade é aterrada, o que, com forte ventania e precipitações, ainda pode gerar riscos de eletrocussão e apagões. O fornecimento de água também se torna uma preocupação. A Empresa Baiana de Águas e Saneamento (Embasa) explica que, na ocorrência de temporal intenso que gere interrupção da energia elétrica, “as máquinas param, impedindo a captação, bombeamento, tratamento e distribuição da água”. Segundo a Embasa, o abastecimento de água precisa de mais tempo para normalizar, pois leva em conta os quilômetros que a água precisa percorrer, passando por reservatórios e tubulações até chegar nos imóveis. (Metro1)

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