O medicamento lenacapavir, desenvolvido pela Gilead Sciences, foi eleito pela revista Science como a maior descoberta científica de 2024. A droga, que atua como profilaxia pré-exposição (PrEP) contra o HIV, mostrou eficácia de 100% em um ensaio clínico envolvendo 5.300 mulheres na África.
Durante o estudo, as participantes receberam duas injeções anuais, com intervalo de seis meses, e nenhuma nova infecção foi registrada no período analisado. O lenacapavir age bloqueando a replicação do HIV em múltiplos pontos, oferecendo uma abordagem inovadora no combate ao vírus.
Uma de suas principais vantagens é a aplicação semestral, facilitando o uso especialmente entre populações vulneráveis, que enfrentam desafios na adesão a tratamentos diários convencionais.
Apesar dos resultados promissores, o lenacapavir ainda precisa da aprovação de agências reguladoras, como a Anvisa no Brasil e o FDA nos Estados Unidos.
A previsão é que o medicamento esteja disponível a partir de 2026. Entretanto, o alto custo inicial de US$ 42.250 por paciente ao ano levanta preocupações.
Especialistas apontam que o lenacapavir representa uma mudança de paradigma no combate ao HIV/Aids. Com a aplicação semestral e a alta eficácia, a medicação tem o potencial de transformar as estratégias globais de prevenção, especialmente em regiões com alta vulnerabilidade e taxas crescentes de novas infecções.
A expectativa é que, com o tempo, o custo da droga seja reduzido, permitindo maior acessibilidade e impactando significativamente a saúde pública mundial.