• Girl in a jacket
  • Uma jovem de 19 anos começou a trabalhar antes de nascer, segundo dados que constam na Carteira de Trabalho Digital da moça. Desde a descoberta, ela vive uma peregrinação para tentar corrigir a falha e liberar a carteira.

    Isabela Cavalcante Almeida resolveu checar a carteira de trabalho porque estava de olho em uma vaga de emprego. Foi aí que veio o susto.

    “Eu entrei em desespero na hora, porque eu achei que eles tinham feito alguma coisa de errado com a minha carteira digital”, diz a estudante.

    A carteira da jovem constava como se ela estivesse trabalhando há 27 anos, desde 1997. Só que a moça nasceu em 2004.

    “Eu mandei mensagem pra minha irmã desesperada achando que eu tinha caído em algum golpe. E eu simplesmente fiquei desesperada”, afirma Isabela.

    A estudante postou um vídeo numa rede social contando a situação inusitada. A publicação já tem quase dois milhões de visualizações.

    Ela checou os dados e o endereço da tal empresa e descobriu que ela existe de verdade. É uma

    loja de chaves e carimbos, que fica na cidade de Foz do Iguaçu, no Paraná, a quase 1,5 mil quilômetros de Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, onde a jovem mora. “Nunca saí do Rio de Janeiro basicamente”, garante Isabela.

    Ela tentou entrar em contato com a empresa, explicando o que estava acontecendo e enviou um comprovante de que ela existe, para que a empresa soubesse que não se tratava de fraude ou tentativa de golpe. “Eles não me responderam mais depois disso”, diz a moça.

    Depois do susto, a Isabela começou uma peregrinação pra tentar tirar esse registro da carteira de trabalho. Foram pelo menos dez tentativas, por telefone e pessoalmente, em diversos órgãos públicos. Mas até agora, nada foi resolvido.

    ‘Jogo de empurra’

    Primeiro, ela ligou pro 135, o telefone do INSS. “Eles me falaram que por ser um problema na carteira digital, eles não poderiam resolver pra mim. Eles me mandaram ligar pro Ministério do Trabalho”, explicou.

    Segundo Isabela, o Ministério do Trabalho disse que o problema era no NIS e pediram que ela ligasse novamente para o INSS.

    O NIS é o número de identificação social, usado pelo INSS para identificar um beneficiário.

    Após a divergência de informações, Isabela desistiu ir pessoalmente até a sede do Ministério do Trabalho, no Centro do Rio.

    “Eu fui e, logo na porta, eles falaram que o problema não ia ser resolvido lá. Era pra procurar o Ministério da Fazenda, que fica na rua do lado”, disse a moça.

    Lá ela recebeu mais um balde de água fria. “Disse primeiramente que não era um problema deles, que era do INSS, por ser cadastrado no NIS”.

    Só que foi no INSS onde tudo começou. Isabela se sente andando em círculos e diz não saber mais o que fazer para apagar esse erro da carteira.

    “Eu preciso tirar de lá pra poder arrumar um emprego e continuar com a minha vida. Não tem como se eles não tirarem de lá. E ninguém consegue resolver para mim, nem a empresa, nem um órgão público”, lamenta a jovem.

    Em nota, a assessoria informou que o vínculo da Isabela foi incluído de forma equivocada pela empresa através do RAIS, um sistema antigo do Ministério do Trabalho ao qual o INSS diz que não tem mais acesso.

    E orientou que Isabela ligue novamente para a central 135 e abra um requerimento de “Atualizar vínculos e remunerações”.

    Só que a Isabela diz que já tentou isso várias vezes. “Eu acho muito errado eles terem dado essa resposta. Porque eu até cheguei na parte de “remover vínculos”. Só que quando eu cheguei no final, ela falou que o sistema não estava funcionando. E que eu tinha que tentar de novo no dia seguinte, porque só ia voltar no dia seguinte. Então, como é que eles me mandam fazer uma coisa que eles não conseguem resolver? Não faz sentido nenhum”, criticou a estudante.

    Como a anotação errada ainda está ativa na carteira de trabalho, Isabela tem medo de não conseguir ser registrada por outra empresa quando surgir uma vaga de emprego.

    “Ela pode arrumar um trabalho amanhã. Como é que ela vai arrumar um trabalho, se ela tem um vínculo “empregatício de 97? A Isabela nasceu em 2004. Ela ficou empregada 7 anos antes de ela nascer?! Isso é inaceitável! Eu só quero que resolva o quanto antes”, afirma Maria Eliane Felício Cavalcante, mãe da jovem. (G1)

     

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