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  • O tradicional hábito de tomar café enfrenta um cenário desafiador, com os preços elevados do produto impactando diretamente o bolso dos consumidores. Em entrevista, Guilherme Moura, diretor da Federação da Agricultura e Pecuária da Bahia (Faeb), trouxe uma análise sobre o panorama atual e as perspectivas para o futuro.

    Moura explicou que a produção cafeeira enfrentou dificuldades em 2024, principalmente nas regiões tradicionais do sudeste do Brasil. Embora a Bahia tenha sentido um impacto menor, o cenário global influenciou os preços, que se mantêm altos e sem previsão de queda significativa.


    A Particularidade do Mercado do Café e a Valorização Contínua

    Um aspecto peculiar do mercado do café, destacado por Moura, é a sua lógica de precificação, que se reflete diretamente no preço final ao consumidor. "Isso não acontece com outros produtos agropecuários. O café tende a se valorizar ainda mais", afirmou o diretor da Faeb.


    Essa característica torna o café um produto com alta valorização, o que contribui para a manutenção dos preços elevados, mesmo com perspectivas de safras favoráveis.

    O Café Baiano Conquista Mercados Internacionais

    A Bahia tem se destacado na produção de dois tipos de café: o robusta (Conilon), cultivado no extremo-sul do estado, e o Arábica, produzido na Chapada Diamantina e na região sudoeste, com destaque para Vitória da Conquista.

    O café Arábica da Chapada Diamantina já conquistou mercados internacionais, sendo exportado para países como Alemanha e Estados Unidos. "Há um crescimento nas exportações, inclusive para o mercado asiático", ressaltou Moura, evidenciando a qualidade e a reputação do café baiano no cenário global.


    O Agronegócio Baiano e a Importância para a Economia

    O agronegócio desempenha um papel fundamental na economia da Bahia, impactando diversos setores e o cotidiano da população. "Não se trata apenas de alimentos, mas de roupas, móveis, papel. Quando o campo vai bem, todos são impactados positivamente", comentou Moura.


    No entanto, o diretor da Faeb também alertou para os desafios enfrentados pelo setor, como as intempéries climáticas, que afetam diversas culturas agropecuárias.

    La Niña e o Cenário Climático Favorável para a Bahia

    Enquanto a região sudeste do Brasil enfrenta uma quebra de safra, a Bahia se beneficia do fenômeno La Niña, que favorece as condições climáticas para a agricultura no início de 2025.

    "No Brasil como um todo, a produção deve ser menor este ano, mas a Bahia tem um papel crucial no abastecimento interno e externo", afirmou Moura, destacando a importância do estado para a produção cafeeira nacional.


    O Desafio de Equilibrar Qualidade e Acessibilidade

    Apesar do otimismo com a produção e a conquista de mercados internacionais, o desafio agora é equilibrar a qualidade e a acessibilidade do café para os consumidores brasileiros.

    Enquanto o café baiano segue conquistando o mundo, a tradição de um dos produtos mais amados pelos brasileiros precisa ser mantida, com preços que não inviabilizem o consumo.

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