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  •  O diagnóstico de Transtorno do Espectro Autista (TEA) tem crescido nos últimos anos, impulsionado pelo maior acesso à informação e ao avanço da ciência. Mas como as igrejas podem se preparar para acolher essas pessoas e suas famílias?

    O teólogo e especialista em aconselhamento pastoral e terapia familiar, Glauco Ferreira, pastor da Igreja Metodista em Guadalupe (RJ) e pai de um adolescente autista, compartilha suas experiências e orientações sobre o tema.


    Diagnósticos mais frequentes não significa mais casos

    Para o pastor, o aumento no número de diagnósticos reflete a ampliação do conhecimento sobre o autismo. “Antigamente, muitos casos passavam despercebidos ou eram identificados tardiamente. Hoje, a conscientização e a capacitação dos profissionais permitem que o diagnóstico seja mais acessível”, explica.


    A inclusão deve ser parte da estrutura da igreja

    Segundo Glauco, não basta criar um ministério específico para autistas. A inclusão precisa ser um valor central na comunidade. Ele sugere algumas ações fundamentais:


    Voluntariado: Formar uma equipe disposta a trabalhar diretamente na inclusão.

    Parceria com as famílias: Conhecer as necessidades de cada criança e adolescente autista para um acolhimento adequado.

    Adaptação do ambiente: Fatores como iluminação e som podem ser ajustados para evitar desconforto sensorial.

    O impacto do diagnóstico e o papel da igreja

    O pastor destaca que receber um diagnóstico de autismo pode ser um momento difícil para as famílias. “Os pais passam por um luto pelo ‘filho idealizado’ e precisam de apoio para se adaptar à nova realidade. A igreja deve acolhê-los, evitando julgamentos e proporcionando um ambiente de pertencimento.”

    Glauco também rebate concepções erradas sobre deficiência. “Ainda há quem associe o autismo a um castigo divino, mas a Bíblia nos ensina o contrário. Deus tem um propósito para cada vida, e a inclusão dos autistas é um reflexo desse amor.”


    Vivendo o propósito de Deus

    Para Glauco e sua esposa, a chegada do filho autista transformou suas vidas. “Em vez de perguntarmos ‘por que isso aconteceu conosco?’, passamos a buscar o propósito de Deus para a vida do Asafe. A inclusão dele na escola e na igreja tem sido essencial. Hoje, podemos dizer que nos tornamos pessoas melhores nessa caminhada.”


    A igreja, segundo o pastor, tem um papel fundamental na promoção da inclusão e na valorização de cada indivíduo, independentemente de suas limitações. “O verdadeiro propósito de Deus é que todos sejam amados e respeitados”, conclui.

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