Deputados e senadores brasileiros acumularam R$ 100,5 milhões em reembolsos de despesas médicas nos últimos seis anos, segundo levantamento divulgado pelo portal UOL. A Câmara dos Deputados desembolsou R$ 39,7 milhões entre fevereiro de 2019 e abril de 2025, beneficiando 584 parlamentares. Já o Senado reembolsou R$ 60,8 milhões entre 2019 e 2024, mas sem detalhar os nomes dos beneficiados.
Entre os dez deputados da Câmara que mais receberam reembolsos, está o baiano Cláudio Cajado (PP), com R$ 612,9 mil. A liderança do ranking é da ex-deputada Tereza Nelma (PSD-AL), que justificou os R$ 2 milhões recebidos por meio de tratamento contra um câncer diagnosticado há 12 anos.
Outros parlamentares também receberam valores elevados, como Damião Feliciano (União-PB), com R$ 1,7 milhão; a família de José Carlos Schiavinato (PP-PR), morto em 2021, com R$ 1,6 milhão; e Célio Moura (PT-TO), com R$ 875,8 mil. Os dez maiores reembolsos somam juntos R$ 11 milhões.
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) também aparece na lista, com R$ 435 mil pagos pela Câmara em decorrência do atentado sofrido em 2018. Já o atual presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB), teve R$ 66 mil reembolsados entre 2019 e 2024.
Na Câmara, não há limite para o número de pedidos, mas cada nota apresentada não pode ultrapassar R$ 135,4 mil – teto ampliado em 2021 por decisão do então presidente Arthur Lira (PP-AL). Os reembolsos passam pela aprovação da Mesa Diretora e estão sob responsabilidade do segundo vice-presidente, cargo atualmente ocupado pelo baiano Elmar Nascimento (União-BA).
Em nota, a Câmara afirmou que os pedidos são exclusivos para despesas dos próprios parlamentares e não contemplam acompanhantes, tratamentos estéticos ou experimentais. Já o Senado declarou que os reembolsos seguem critérios técnicos e limites por procedimento, mas permite tratamentos no exterior e remoção aérea quando necessário.
