
A Suprema Corte de Justiça da Argentina confirmou, nesta terça-feira (10), a condenação por corrupção contra a ex-presidente Cristina Kirchner e determinou sua prisão. A decisão rejeitou um recurso apresentado pela defesa e manteve a pena de seis anos de prisão, tornando Cristina inelegível de forma definitiva.
A ex-presidente, que também foi vice de Alberto Fernández até dezembro de 2023, tem agora cinco dias úteis para se apresentar voluntariamente à Justiça. Por ter mais de 70 anos, Cristina pode solicitar o cumprimento da pena em regime domiciliar, conforme prevê a legislação argentina.
A condenação se refere ao caso conhecido como “Vialidad”, em que a líder peronista foi considerada culpada por fraudes em contratos de obras públicas durante seus dois mandatos (2007–2015), em favor do empresário Lázaro Báez, aliado do kirchnerismo.
Cristina recebeu a notícia na sede do Partido Justicialista, em Buenos Aires, onde discursou para apoiadores que se concentraram em frente ao prédio. Durante sua fala, ela voltou a afirmar que é vítima de perseguição política e questionou a imparcialidade do Judiciário argentino.
“Esta Argentina em que vivemos hoje nunca deixa de nos surpreender. Não se confundam. [Os juízes] são três fantoches que respondem a líderes naturais muito acima deles”, declarou a ex-presidente.
A decisão da Suprema Corte agrava ainda mais a crise política no país, que vive momentos de tensão sob o governo do presidente Javier Milei, crítico feroz do kirchnerismo. Aliados de Cristina prometem mobilizações em sua defesa, enquanto opositores comemoraram a decisão como um marco no combate à corrupção.