
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) reagiu nesta quarta-feira (9) ao anúncio do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sobre a imposição de uma tarifa de 50% sobre todos os produtos exportados pelo Brasil.
Em nota oficial, Lula afirmou que o país “não aceitará ser tutelado por ninguém” e garantiu que qualquer medida unilateral será respondida com base na Lei brasileira de Reciprocidade Econômica.
A resposta veio após Trump publicar, em sua rede Truth Social, uma carta na qual criticou o Supremo Tribunal Federal (STF) pelo julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro e acusou o Brasil de censura a plataformas digitais americanas. O republicano justificou a nova tarifa como forma de retaliação ao que considera violações à liberdade de expressão e perseguição política.
Lula rebateu as alegações afirmando que “é falsa a informação sobre o alegado déficit norte-americano na relação comercial com o Brasil”. Segundo ele, dados oficiais dos próprios Estados Unidos indicam um superávit de US$ 410 bilhões acumulado nos últimos 15 anos.
O presidente também afirmou que o julgamento dos envolvidos nos atos de 8 de janeiro de 2023 é responsabilidade exclusiva da Justiça brasileira e “não está sujeito a nenhum tipo de ingerência ou ameaça”.
Sobre a liberdade de expressão, Lula defendeu que plataformas de tecnologia, sejam nacionais ou estrangeiras, devem cumprir a legislação brasileira. “Liberdade de expressão não se confunde com agressão ou práticas violentas”, declarou.
Diante do agravamento da crise diplomática, Lula convocou uma reunião emergencial com os ministros Fernando Haddad (Fazenda), Geraldo Alckmin (Desenvolvimento, Indústria e Comércio) e Mauro Vieira (Relações Exteriores).
O encontro, realizado ainda nesta quarta-feira, tem como objetivo definir respostas econômicas e diplomáticas à decisão dos EUA, cuja entrada em vigor está prevista para 1º de agosto.
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