
Duas professoras da Escola Profissionalizante Maria de Lourdes Monteiro, localizada em Itabuna, no sul da Bahia, foram desligadas da unidade após serem vistas em um vídeo cumprimentando o ex-prefeito de Salvador, ACM Neto (União Brasil), durante as comemorações dos 115 anos de emancipação política da cidade, no último dia 28 de julho.
O caso ganhou notoriedade nesta terça-feira (29), quando uma das professoras demitidas, Alline Nascimento, denunciou o ocorrido ao jornal Correio. Segundo ela, a demissão teria sido motivada por suposta perseguição política.
O encontro aconteceu após uma Missa em Ação de Graças realizada na Catedral de São José. No vídeo que circulou nas redes sociais, as docentes aparecem ao lado de ACM Neto, que também divulgou o registro em suas redes. Três dias depois, as demissões foram comunicadas sem explicações formais, de acordo com Alline.
“Quando o vi, eu falei: ‘Nossa, que legal’. O pessoal que estava comigo já foi abraçando e eu também cumprimentei. A gente puxou para fazer uma foto tranquila”, contou Alline. Ela afirmou ainda que dependia do trabalho como massoterapeuta e professora para manter sua renda e que a perda do emprego foi inesperada.
De acordo com relatos da docente, após a circulação do vídeo, surgiram comentários entre colegas alertando que o prefeito de Itabuna, Augusto Castro (PSD), aliado do governador Jerônimo Rodrigues (PT), teria ficado incomodado com a aproximação de servidores com o adversário político. “Disseram que ele estava querendo a cabeça de todo mundo que tinha saído na foto”, revelou.
Uma segunda professora foi desligada, mas preferiu não se pronunciar. Uma terceira, que é concursada, teria sido criticada internamente, mas não foi exonerada.
Alline procurou apoio de um vereador, que confirmou a rigidez do prefeito em relação ao episódio. Segundo ela, o diretor da escola não se posicionou em defesa das docentes.
Em nota oficial, a Prefeitura de Itabuna negou qualquer motivação política nas demissões e alegou que se tratava de uma reestruturação administrativa. A gestão informou ainda que o contrato da professora era com uma empresa terceirizada e que não havia vínculo empregatício direto com o município.