
O Peru empossou, na sexta-feira (10), o sétimo presidente em apenas cinco anos. Aos 38 anos, José Jerí assumiu o cargo após o impeachment de Dina Boluarte, prometendo enfrentar a crise de segurança que atinge o país e colocar em prática uma “guerra contra a delinquência”.
Em seu primeiro pronunciamento como chefe de Estado, Jerí pediu “calma e tranquilidade” à população e afirmou que o combate ao crime será sua prioridade número um. “O principal inimigo está nas ruas, nas gangues e organizações criminosas. Eles são nossos inimigos hoje, e devemos declarar guerra a eles”, declarou durante o discurso de posse no Parlamento.
Na madrugada deste sábado (11), Jerí liderou uma operação nacional em presídios, com o objetivo de identificar casos de extorsão cometidos de dentro das cadeias. Segundo nota da presidência, celulares foram apreendidos com detentos.
“O crime não descansa, nós também”, escreveu o presidente nas redes sociais. “Seguiremos combatendo a delinquência nas 24 horas do dia, nos sete dias da semana. Sem trégua, sem medo e com decisão.”
Advogado e ex-presidente do Congresso, Jerí teve uma rápida ascensão política desde que foi eleito deputado, em 2021. É considerado um político de direita e conservador. Ele deverá governar até julho de 2026, três meses após as eleições presidenciais previstas para abril do mesmo ano.
A destituição de Dina Boluarte ocorreu em meio ao aumento da criminalidade e após um ataque a tiros em um show da banda Agua Marina, em Lima, que deixou um morto e vários feridos. Parlamentares atribuíram a ela “inabilidade política” para lidar com a crise de segurança.
Com a saída de Boluarte, o Peru reafirma sua instabilidade institucional: desde 2018, três presidentes foram destituídos e dois renunciaram antes de enfrentar o impeachment.
A posse de Jerí também reacendeu questionamentos sobre uma acusação de abuso sexual, feita contra ele em dezembro de 2024. O caso foi arquivado, segundo a imprensa local, mas gerou repercussão após postagens antigas com conteúdo machista voltarem a circular nas redes.
Enquanto isso, o Ministério Público do Peru informou que Dina Boluarte é investigada por suspeita de lavagem de dinheiro em um caso ocorrido em 2019. O órgão solicitou à Justiça que ela seja impedida de deixar o país.
Em entrevista ao jornal Diario El Comercio, Boluarte negou qualquer intenção de buscar asilo. “Não está nem sequer no meu menor pensamento, nem no meu sentimento patriótico”, afirmou a ex-presidente.
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