
O deputado federal Guilherme Boulos (PSOL-SP) tomou posse nesta quarta-feira (29) como novo ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República, pasta responsável pela articulação do governo com os movimentos sociais.
Durante a cerimônia no Palácio do Planalto, Boulos pediu um minuto de silêncio “por todas as vítimas” da operação policial realizada na terça-feira (28) no Rio de Janeiro.
Boulos substitui o ex-deputado Márcio Macêdo (PT-SE), que ocupava o cargo desde o início do terceiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), em janeiro de 2023. A troca, anunciada em 20 de outubro, representa a 13ª mudança ministerial do atual governo e a sétima apenas em 2025.
Na visão do presidente Lula, a chegada de Boulos fortalece a coordenação política voltada à campanha presidencial de 2026. O novo ministro se junta aos titulares Gleisi Hoffmann (Relações Institucionais) e Sidônio Palmeira (Comunicação Social) em uma articulação considerada estratégica pelo Planalto.
Missão: “colocar o governo na rua”
Ao assumir o cargo, Boulos recebeu de Lula a tarefa de “rodar o país e colocar o governo na rua”, priorizando agendas nas regiões Norte e Nordeste ainda neste ano. Antes, o ministro fará uma visita simbólica a São Paulo, seu reduto eleitoral e berço de sua trajetória política junto aos movimentos sociais.
Entre as principais diretrizes de sua gestão estão o fortalecimento da pauta trabalhista e o diálogo com categorias informais, como entregadores de aplicativo e microempreendedores. O novo ministro também deve intensificar o debate sobre o fim da escala 6×1 — proposta defendida pelo governo por meio de uma PEC da deputada Erika Hilton (PSOL-SP), que ainda enfrenta resistência no Congresso.
A estratégia de Boulos será ampliar o apoio popular aos temas defendidos pelo governo, utilizando campanhas e mobilizações sociais para pressionar o Legislativo.
Em entrevista à GloboNews, o ministro afirmou que o trabalho buscará adaptar a atuação da esquerda ao novo perfil da classe trabalhadora, marcada pela informalidade e pela atuação em plataformas digitais. “O desafio é reorganizar a capacidade de mobilização diante de uma classe trabalhadora mais difusa e flexível”, disse.
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