Zagueiro do Olympique de Marselha, Álvaro González afirmou que Neymar não merece seu respeito após as investigações sobre a acusação do brasileiro de ter sofrido racismo em discussão durante partida do Campeonato Francês.
O espanhol teria chamado o atacante do PSG de “macaco” (mono, em seu idioma) durante o clássico que acabou com vitória do Olympique, por 1 a 0, em 13 de setembro.
González, que afirmou ter recebido até ameaças de morte, não foi punido pela Liga Francesa, que entendeu não haver provas que comprovassem a acusação de Neymar.
“Ainda bem que a justiça foi feita”, disse o jogador, à rádio “Onda Cero”, da Espanha. “Eu queria falar antes, mas o clube não me autorizou.”
“Foi uma grande mentira. Todos os juízes saíram em minha defesa. Alguém como ele não merece meu respeito. Seria mais fácil para nós dois se conversássemos e resolvêssemos o problema. Ele não me procurou”, continuou.
“Eu vivo em uma cidade onde alguém que seja racista não pode viver. Todo mundo sabe que a m... caiu em mim enquanto ele estava feliz sentado em sua casa e assistindo a tudo que acontecia”, completou González, que negou ter sido racista e teve seu celular vazado nas redes sociais – recebeu uma avalanche de mensagens do Brasil.
“Eu não sei quem vazou meu celular, mas eu tinha dois milhões de mensagens no WhatsApp quando eu pousei em Marselha de Paris. A cada noite que ia dormir, quando acordava na manhã seguinte, eram 20 mil mensagens.”
“Meu celular está nas mãos da polícia. Está neste momento. Eu não consigo usar porque está cheio. A polícia conseguiu bloquear certos grupos. Eu recebi ameaças de morte, e minha família também. Minha mãe tem uma loja e recebeu mensagens também.”
“Ver fotos do meu carro sendo postadas nas redes me assustou. Eu não sai de casa em um mês”, seguiu González, que respondeu sobre o que teria ouvido de Neymar na discussão, de que o brasileiro ganha mais em um dia do que ele em um ano.
“Provavelmente é verdade, mas não me incomoda. Eu disse a ele que tinha muita sorte com o que eu tenho”, respondeu. “O ponto é que fomos superiores no jogo, eu fui superior a ele, e isso o deixou contra a parede”, opinou.
“Desde o primeiro minuto que ele fez uma falta, ele começou a me provocar, mas não me afetou. Eu acho que sou mais inteligente do que ele e foi por isso que ganhamos a batalha. Desde que comecei minha carreira no Racing (Santander), tive muitas derrotas, e eu sei como digeri-las”, encerrou o defensor.
