Cientistas da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) Amazônia identificaram que a nova variante de coronavírus que afetou recentemente turistas japoneses teve origem no estado do Amazonas.
As análises mostraram que a variante possui mutações inéditas, o que levanta a possibilidade de ter surgido uma nova linhagem brasileira do coronavírus, diferente de todas as outras linhagens existentes no mundo, até então.
As novas mutações encontradas podem significar benefícios para o vírus, que está sempre buscando se adaptar e encontrar melhores chances de reprodução.
Isso significa que existe a possibilidade da nova variante do Amazonas ser mais infectante, ou seja, ser transmitida entre as pessoas de modo ainda mais fácil.
Essa possibilidade é levantada porque as mutações encontradas são na proteína Spike (as “pontinhas” que ficam na coroa do vírus). Esta proteína é a responsável por fazer a conexão do vírus às células. Quando ocorre mutações nesta proteína, geralmente o vírus encontra formas mais eficazes de se conectar e começar seu processo de reprodução.
A linhagem do vírus chamada de B.1.1.28 já é encontrada em todo o Brasil, e foi justamente nesta linhagem que a Fiocruz encontrou diversas mutações, sendo assim uma nova variante.
O Japão sequenciou o vírus após 4 turistas japonesas terem visitado o Amazonas, regressando contaminados no dia 2 de janeiro. O país lançou as análises genéticas em um banco internacional de dados. Então, a Fiocruz comparou estes dados com as amostras colhidas no Amazonas. Assim, foi possível identificar as mutações e confirmar a origem brasileira.
Ainda é cedo para afirmar que a nova variante do SARS-Cov-2 brasileira seja mais agressiva em termos de mortalidade. Atualmente, o estado do Amazonas encontra-se em colapso com o crescimento acelerado de novos casos de internações hospitalares.
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