A capacidade de equilibrar inúmeras funções não é qualquer pessoa que possui, saber dosar o lazer e o trabalho, com uma vida perfeitamente equilibrada, é algo que as mulheres fazem diariamente.
A cada ano, a sociedade vem se reorganizando, pequenas mudanças surgem para se adaptar às exigências do mercado de trabalho e da constante evolução tecnológica. Se antes era mais comum encontrarmos as mulheres cuidando majoritariamente do lar, hoje essa não é mais a realidade. Muitas precisam equilibrar os afazeres domésticos com o trabalho remunerado, demonstrando que poucas pessoas possuem essa capacidade.

O trabalho do cuidado abrange várias esferas do setor mundial, e não diz respeito apenas aos cuidados com a casa, é uma economia complexa, na maioria das vezes não remunerada e cumprido majoritariamente por mulheres.

Cuidar de pessoas é um desses trabalhos, podem ser os filhos, algum parente que adoeceu ou um idoso. As mulheres são as pessoas que mais se encarregam do cuidado de outras, precisando encaixar essa tarefa ao longo de um dia repleto de outras dúzias de afazeres.
Criar os filhos, embora saibamos que é trabalho dos pais, também acaba sobrando apenas para as mulheres. Quantos “pais solteiros” você conhece? E quantas “mães solteiras”?

Isso não é à toa, a educação infantil também é um trabalho destinado, majoritariamente, às mulheres. É justamente por isso que vemos mais professoras no jardim de infância do que professores, faz parte da cultura ocidental atribuir o trabalho do cuidado dos infantes à parcela feminina da população.

Além do cuidado com pessoas, a economia do cuidado abrange a administração e o cuidado da casa, isso inclui a limpeza e manutenção do ambiente e a compra de insumos e mantimentos para que o lar continue em pleno funcionamento. Se existe comida na geladeira, alguém precisou comprá-la. E, para comprá-la, alguém precisou saber exatamente o que faltava na casa, fazer uma lista, deslocar-se até o mercado. Tudo isso é trabalho, mas o mercado não enxerga que mereça ser valorado, por isso é chamado de “trabalho invisível”.

Sim, a maior parte das mulheres realiza esses trabalhos invisíveis diariamente, e não recebem dinheiro e sequer agradecimento da sociedade por isso. Algumas pessoas podem se perguntar se analisar as coisas sob essa óptica não seria radical demais, mas a verdade é que, sem esses trabalhos perfeitamente realizados, não sobraria tempo para que os indivíduos desenvolvessem suas funções remuneradas.

Sem a comida feita, a casa limpa e os filhos bem cuidados, como os indivíduos conseguiriam vender sua mão de obra para ganhar um salário? Não sobraria tempo.Portanto, assumimos que alguém precisa fazer isso, mas não damos o devido reconhecimento a quem o faz: as mulheres, sejam elas jovens ou não, mães ou não, ricas ou não.

Precisamos também atentar no fato de que a maioria das mulheres que realizam trabalhos não remunerados ou mal remunerados são as negras. Como temos uma herança escravocrata muito grande no país, as empregadas domésticas e diaristas são, em grande parte, mulheres negras.

Essas mulheres são desvalorizadas no mercado de trabalho porque acabam realizando serviços que a sociedade não reconhece como tal. E, ao fim de uma jornada, ainda precisam realizar as mesmas funções em casa, dessa vez sem remuneração.
Então, é correto afirmar que sem as mulheres o mundo não funcionaria. Não sob essa estrutura, não dessa forma, porque alguém precisaria valorizar essas múltiplas jornadas e reconhecê-las como trabalho.

Educar uma criança exige um esforço, na menor das hipóteses, de pelo menos 18 anos. E essas crianças se tornarão a futura mão de obra do país. Serão médicas, enfermeiras, advogadas, engenheiras, pessoas que trabalharão no nosso país (e fora dele) pelo bem e pela manutenção do sistema.

Devemos reconhecer que as múltiplas jornadas de trabalho de uma mulher são extenuantes, compreender que elas mereciam muito mais do que recebem, que fazem muito mais pelo país do que a maioria das pessoas, inclusive as que estão encarregadas disso.

Valorizar e reconhecer a importância de uma mulher no seio familiar é aprender a dividir igualmente funções, para que ela não seja sobrecarregada diariamente.

Agradecemos a todas as mulheres do mundo, que carregam o peso de gerar o futuro da nação, de trabalhar em vários âmbitos e de segurar as pontas como ninguém!

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