Gestante com fator de risco já está inclusa Variante P.1. traz maiores riscos, diz Saúde Número de casos e mortes cresceu

De acordo com o ministério, relatos de médicos indicam que as variantes do coronavírus representam risco maior para as gestantes Pixabay
O Ministério da Saúde anunciou nesta 6ª feira (16.abr.2021) que estuda incluir todas as mulheres grávidas na campanha de vacinação contra o coronavírus. O secretário de Atenção Primária à Saúde, Raphael Câmara, afirmou que a decisão

pode ser tomada porque o ministério tem recebido relatos de que a variante de Manaus (P.1) pode afetar mais a saúde das gestantes.

“Estamos trabalhando com o PNI [Plano Nacional de Imunização] para aumentar essa recomendação. Os especialistas pedem que todas as gestantes sejam incluídas e estamos estudando a medida. Mas vale lembrar que a gestação é, por definição, um período trombótico. Então temos que ter muito cuidado, porque algumas vacinas, mesmo de forma muito rara, estão mostrando efeitos colaterais nesse sentido“, disse Câmara.

As vacinas da AstraZeneca e da Janssen (braço farmacêutico da Johnson & Johnson) foram vinculadas a casos de coágulos sanguíneos em mulheres na Europa e nos Estados Unidos. Até o momento, os casos são considerados raros porque atingem um pequeno número de pessoas entre os vacinados.

A portaria (íntegra – 6 MB) que estabelece as normas para a vacinação de gestantes foi publicada em 15 de março. Atualmente, mulheres grávidas devem ser vacinadas contra a covid-19 se tiver algum fator de risco para a doença.

Os fatores de risco, segundo a nota técnica da pasta, são: diabetes, hipertensão, obesidade, doenças cardiovasculares, asma, doenças do sistema imune, imunossupressão, pessoas transplantadas e doenças renais. Mulheres grávidas podem procurar uma unidade de saúde para se vacinar, de acordo com o calendário do PNI.

A expansão para todas as mulheres grávidas, independente de fatores de risco, indicada pelo ministério nesta 6ª feira (16.abr.), pode ocorrer pelo aumento no número de casos e mortes em gestantes.

O ministério utilizou dados da região Norte, onde a variante P.1. surgiu, para mostrar o impacto da nova cepa nesse grupo demográfico. Em todo o ano de 2020, foram registrados 976 casos de covid-19 em mulheres grávidas. Morreram 77. Já nos primeiros 3 meses de 2021, foram 436 casos confirmados e 80 mortes de gestantes por causa da covid-19 na região. Para Câmara, os números indicam que a variante do coronavírus é mais letal para esse grupo.

“Não tem estudo comprovando isso ainda. O Ministério da Saúde está correndo atrás de fomentar esses estudos. Mas a visão clínica nossa, de especialistas, mostra que essa variante nova tem uma ação mais agressiva nas grávidas.”


O ministério também anunciou o envio de R$ 247 milhões para Estados e cidades para o apoio a gestantes durante a pandemia. O total, desde o início de 2021, é de R$ 1,3 bilhão. De acordo com a pasta, o grupo tem enfrentado complicações por causa da covid-19 cada vez mais cedo.

Antes, complicações eram observadas no final da gravidez e após o parto. Agora, a partir do 6º mês de gestação, as mulheres já apresentam complicações de saúde. A recomendação do ministério é que as mulheres adiem a gravidez “caso possível”, para um melhor momento. “O mais indicado agora é você esperar um pouquinho até a situação ficar um pouco mais calma“, disse Câmara.

Por Gabriella Soares/Poder 360

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