
“Oh meu Deus, chama a polícia. Eu estou sendo agredida aqui. Estou sendo agredida aqui, nega, no trabalho, no Imbuí. Chama a polícia, chama a polícia, por favor, por favor”, disse.
O caso é investigado pela 9ª Delegacia Territorial (DT/Boca do Rio). Segundo a Polícia Civil, a patroa foi intimada e será ouvida na quinta-feira (26). De acordo com a defesa da babá, Raiana foi trancada no banheiro do apartamento, mas conseguiu passar pelo basculante e se jogou da janela, caindo no parapeito do 2º andar.
Rotina de agressões
Raiana morava na cidade de Itanagra, no litoral norte baiano e a cerca de 150 km da capital baiana. Ela encontrou uma vaga de emprego através de um site e mudou-se para Salvador ao acertar a contratação por telefone com a patroa.
Segundo informações da vítima, na capital baiana, ela iniciou o trabalho de cuidadora de três crianças na quinta-feira (19). No sábado (21), a jovem comunicou a patroa que não poderia continuar o trabalho no imóvel e que iria buscar outro emprego.
A partir de então, a patroa iniciou as agressões e trancou ela em um banheiro, informou a defesa da jovem.
Segundo a defesa de Raiana, ela conseguiu mandar áudio para família com pedido de ajuda, mas depois o aparelho celular foi recolhido pela patroa. Os familiares foram até Salvador em busca da vítima e não conseguiram encontrar o condomínio.
“A gente começou a mandar mensagens para ela, mas ela não estava respondendo. Ontem eu tornei a ligar para ela, ela falou que a patroa estava perto dela e ela não podia falar”, disse a mãe da jovem.
A amiga de Raiana acrescentou que a babá contou que foi agredida com tapas e com uma colher de pau.
O advogado de Raiana Ribeiro afirmou que conta com ajuda de imagens de câmeras de segurança para provar que a mulher foi mantida em cárcere privado.
“Essas imagens vão ajudar para que se sejam provados o que realmente aconteceu. Porque senhora Raiana se jogou e já me testemunhou que ela estava sendo agredida e mantida em cárcere privado”, disse.
Após o caso, o Sindicato das Domésticas afirmou que acionou a Superintendência Regional do Trabalho.
“Não é permissível mais, em uma época dessa, acontecer essas violências. Têm aparecido muito, durante a pandemia, casos de trabalhadoras que são obrigadas a ficarem confinadas no local de trabalho”, disse uma integrante do sindicato. (G1)