
Os
homens suspeitos de matar o pediatra Júlio Cesar de Queiroz Teixeira
disseram à polícia que receberam R$ 4 mil para cometer o assassinato.
O
crime, que ocorreu dentro do consultório do médico no dia 23 de
setembro, no oeste da Bahia, teria sido encomendado por um homem que
seria o companheiro de uma mulher que teria sido assediada pelo
pediatra.
“Conforme apurado nas investigações, o mandante do homicídio alegou
que a vítima teria cometido um suposto assédio a sua esposa e por esse
motivo determinou a morte do médico”, disse o coordenador da 14ª
Coorpin/Irecê, delegado Ernandes Reis Santos Júnior.
Busca pelo mandante do crime
Os
policiais tentam encontrar o mandante do crime. Na segunda-feira (27), o
suspeito de atirar contra o médico foi preso, no município de Barra.
Ele foi identificado como Jefferson Ferreira. O cúmplice, que levou o
atirador até a clínica, também já foi detido. O nome dele não foi
divulgado.
De
acordo com a polícia, a motocicleta e o capacete utilizados no dia
crime foram apreendidos com o suspeito. No dia do crime, o homem entrou
na clínica usando o equipamento na cabeça.
Denúncias sobre abuso sexual
Até
a manhã desta terça-feira (28), a polícia afirmava que apurava se o
pediatra foi assassinado após alertar uma família sobre uma criança
atendida por ele, que apresentou sinais de abuso sexual.
O
caso teria ocorrido no ano de 2016, em Buritirama, cidade que fica na
mesma região. O delegado disse que foi informado sobre a situação pela
família do pediatra.
O
irmão dele, Lula Teixeira, também falou sobe o caso com o g1, na
sexta-feira (24). A polícia vai investigar se a morte foi causada por
vingança.
Lula
disse que a esposa do médico assassinado trabalhava como enfermeira e
atuava com o marido nos atendimentos. Ela presenciou o crime, que
ocorreu no momento em que Júlio César fazia o segundo atendimento do
dia.
Além
da mulher, dois funcionários e uma criança, que estava acompanhada por
responsável, presenciaram o assassinato. A polícia não informou se as
testemunhas já prestaram depoimento.
Como foi o crime
O
médico pediatra foi morto dentro do consultório que ele prestava
atendimento, em uma clínica particular de Barra. O crime aconteceu na
manhã da última quinta-feira (23).
Segundo a polícia, o pediatra foi atingido por quatro tiros, um deles
na cabeça. Ele chegou a ser socorrido por outros funcionários da clínica
e foi levado para um hospital da região, mas não resistiu aos
ferimentos.
Quem era a vítima
Apesar
da suspeita de que o crime tenha sido cometido por vingança, o irmão do
médico contou ao g1 que não entende o motivo, já que ele era conhecido
pela boa relação com todos.
"Os
colegas estão todos sem acreditar. Era um cara que vivia para
trabalhar, muito correto, direito. Não se envolvia com malandragens, não
era um homem de exageros. Um cara sempre responsável", afirmou Lula
Teixeira.
O pediatra atendia em pelo menos cinco cidades da região, além do Hospital Roberto Santos, na capital baiana.
"Ele
sempre foi um cara longe de desavenças, de confusões, sempre foi
unanimidade na cidade, sempre foi um cara solícito, profissional, um
cidadão que sempre se deu bem com todos", disse o irmão da vítima.
Júlio
César tinha dois filhos, de 5 e 8 anos de idade. Ele era o mais novo de
três irmãos. Nasceu em Xique-Xique, no norte da Bahia, estudou em
Salvador e se formou em medicina na cidade de Maceió, em Alagoas.
Fonte:G1