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  • Com os preços dos alimentos em alta, consumidores devem diminuir as compras para a ceia de Natal ~ Blog Barreiras Noticias | Juninho Sem Maquiagem

    A ceia natalina em 2021 ficará bem mais salgada. Com a elevação dos preços dos produtos tradicionais do período, para muitas famílias, a mesa de natal este ano terá que ser menor.

    Para o aposentado José Carlos de Oliveira, a ceia natalina é sagrada e tem que acontecer. Por isso ele se adiantou, indo ao centro da cidade em busca de produtos mais em conta, antes que venham novos reajustes na semana do natal.

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    “O jeito que está aí não está bom. O preço está mais elevado que o ano passado. Está muito caro esse ano. Dobrou por causa da pandemia, ficou mais caro. Mas tem que ter a ceia natalina, é sagrada”, afirmou.

    Moradora da cidade de Santo Estevão, Juciene de Souza Silva veio a Feira de Santana pesquisar preços mais baratos, porém se assustou com o que encontrou.

    “Ano passado se comprava um Chester de R$ 70 e esse ano está um absurdo. O queijo cuia, o mais em conta, está por R$ 70 a 89. O salário não dá para comprar, esse ano vai ficar sem”, avaliou.

    O comerciante Vanderli Ferreira acredita que este ano as vendas serão menores. Com o reajuste nos preços dos produtos natalinos em até 30%, os consumidores vão reduzir as compras para a ceia.

    “Temos bastante produtos apreciados nesse período do natal, como o peru, cidra, champagne, carnes, queijo cuia, panetones. Mas esse ano podemos sofrer com a queda das vendas por conta da variação de preços. Se compararmos os preços deste ano com os do ano passado, tivemos um aumento entre 20 e 30%. Todos os produtos sofreram reajustes para cima, e isso acaba desencadeando a queda das vendas. Queijo cuia que custava R$ 75, está mais de R$ 90”, afirmou o comerciante.

    Ele disse que neste período, os produtos que têm mais saída são as cidras e os panetones. “Esses produtos estão em todas as cestas de natal, então tem uma saída muito boa no período natalino, que engloba também o réveillon e muitas empresas nos procuram para fazer cestas. Temos cidras por 10 reais e outras mais refinadas que podem chegar até 80 reais. Temos vinhos, que saem por 7 a 8 reais, e temos aqueles que saem por 40 a 60 reais, a depender das marcas”, contou.

    Vanderli Ferreira lembrou que as frutas cristalizadas também sofreram reajustes, como as passas, ameixas, frutas secas, pois a maioria vem do Chile, Argentina e outras vêm do oriente. “A ameixa, que custava há dois anos R$ 20 o quilo, hoje está custando R$ 50, é um aumento absurdo. Esse ano temos uma cesta um pouco mais salgada.”

    O economista René Becker ponderou que a elevação dos preços dos produtos natalinos neste período já é algo esperado e obedece a lei da oferta e da procura. No entanto, com a queda da produção e o aumento dos custos em todo o país, a tendência é que os reajustes sejam ainda mais elevados, acima da inflação.

    “Com relação aos preços nessa época natalina, é necessário que nós observemos que a inflação também está apoiada na variação de custo e de preços. Alguns produtos da ceia natalina são importados, então sofrem alterações na fonte, que são cotados em dólar. Um dos produtos carro-chefe da ceia é o peru, e houve uma redução muito grande da produção. Em 2012, nós produzíamos 442 mil toneladas de Peru. Em 2017, houve a redução para 390 mil toneladas. Em 2018, reduziu para 181 mil toneladas. Em 2019, 172 mil toneladas, e em 2020, já no aspecto da pandemia, essa redução foi para 159 mil toneladas. Então, em relação ao peru, especificamente, a produção se mantém baixa, e o consumo, com a melhoria da pandemia, se elevou. Como a oferta está estabilizada, os preços se elevaram. Outro aspecto é que os insumos consumidos pelo peru têm como base a soja e o milho, que tiveram um aumento, além da questão das vacinas, que são cotadas em dólar, e isso faz com que o custo da produção aumente e seja repassado para o consumidor”, explicou o economista.

    De acordo com Becker, a melhora da pandemia fez com que o consumo aumentasse de forma brusca e muitos produtos tiveram um aumento superior à inflação.

    “Com a melhoria da pandemia, houve uma elevação brusca do consumo, ou seja, em termos de produto interno bruto, comparando com o ano anterior, ele deve sofrer um acréscimo entre 4,4 a 4,6%, depende de cada analista econômico. Os preços da economia como um todo se elevaram, e alguns produtos tiveram um preço superior à inflação. Há também produtos de origem estrangeira, ou seja, que importamos, e esses sofreram acréscimos em seus países de origem, que refletem diretamente nos nossos preços internos, decorrente da valorização do dólar frente ao real.”

    Os sucessivos aumentos trazem impacto na vida dos trabalhadores, principalmente aqueles que não têm condições de aumentar a sua renda.

    “Essa elevação de preços traz impactos não só para os trabalhadores de carteira assinada como também aqueles que atuam na informalidade, pois considerando que se a renda não se eleva, não tem outra alternativa a não ser diminuir o consumo. Se a renda não cresce, o consumo decresce. E os mais atingidos são aqueles que não têm a capacidade de aumentar a sua renda, que são os assalariados, os que vivem na informalidade com uma renda em função de suas vendas ou prestação de serviços. Os produtos natalinos estão com uma variação de preço bem superior à inflação. E após esse período voltarão à sua normalidade. Como rege a lei da oferta e da procura”, destacou.

    Com informações do repórter Ney Silva do Acorda Cidade

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