Na carta de São Paulo aos coríntios, o apóstolo descreve cabelos longos como uma vergonha para homens e uma glória para as mulheres. Mesmo na Grécia, de onde vem o arquétipo do filósofo cabeludo, evidências arqueológicas mostram que os penteados masculinos não eram mais longos que os femininos.
Há várias razões para esse padrão. Uma é que, pela maior parte da história, uma mulher capaz de manter cabelos longos e penteados demonstrava ter ócio, saúde, criados e dinheiro. Por outro lado, homens poderosos nem sempre queriam transmitir a imagem de sedentários superprotegidos e vaidosos.
Além disso, sempre foram os homens que guerrearam, e um puxão em cabelos longos é um risco no combate corpo a corpo – para não falar na higiene no campo de batalha (piolho é fichinha) e na perda de personalidade que a cabeça raspada acarreta: você é mais uma engrenagem do exército, sem tempo para caprichos.
por Bruno Vaiano / Superinteressante