Final de 2019: o mundo inteiro se assombrava diante de uma pandemia global (que acabaria por ceifar cerca de 15 milhões de vidas em todos os continentes). Nenhum de nós tinha noção do tempo em que viveríamos em isolamento social, com suspensão das aulas presenciais e os impactos disso na qualidade da educação brasileira.
Professores receberam a missão de “dar aulas remotas” sem terem desenvolvidas em sua formação as habilidades e competências necessárias para educar a partir do hibridismo. Professores sem saber como fazer e sem os equipamentos necessários para o bom desempenho dessa nova missão. Resultado 1: profissionais exaustos, desmotivados, desarticulados, culpados, doentes. Resultado 2: alunos perdidos, desassistidos, excluídos, entregues à própria sorte, numa espécie de formação autodidata forçada. Resultado 3: índices medidores da qualidade da educação básica em queda livre, educação brasileira colocada em cheque. Mas isso é uma verdade absoluta? A Resposta é NÃO. Municípios que perceberam que não deveriam cruzar os braços diante desse enorme desafio, conseguiram virar o jogo e em alguns casos, bater as metas estabelecidas pelo Índice de Desenvolvimento da Educação Básica – IDEB; e em alguns casos até superá-la! CASE MUNDO NOVO – Nordeste/Bahia Em Mundo Novo/BA os investimentos na educação básica municipal no cenário pandêmico, se iniciaram pela formação dos professores e demais profissionais da educação. O município ofertou em Formação Continuada, curso de 180 h/a para toda a rede, através da Plataforma 4 EAD. Todos os cursistas receberam um tablet para que pudessem acessar o curso e participar das atividades síncronas e assíncronas com segurança.
O curso intitulado ENSINO HÍBRIDO NA EDUCAÇÃO BÁSICA, não se limitou às questões técnicas. A ementa contemplou diversos eixos temáticos, que posicionavam o professor, o gestor e demais colaboradores como sujeitos holísticos: INTRODUÇÃO ÀS TIC’s; SAÚDE (incluindo saúde mental); GESTÃO; CURRÍCULO E TECNOLOGIAS APLICADAS AO ENSINO HÍBRIDO.
Durante seis meses os professores assistiam às aulas assíncronas, respondiam à questões reflexivas, participavam das aulas síncronas em momentos de discussão e socialização com os professores facilitadores de cada tema e iam paulatina e concomitantemente aplicando os novos conhecimentos em sua práxis. Ao final do curso receberam da gestão municipal um notebook para utilização em suas atividades laborais. Todo esse processo de enxergar o educador como sujeito, conceder à ele um espaço seguro para socialização de suas dores e angústias, ofertar uma formação que o torne capaz de desenvolver suas habilidades e competências desde o princípio começou a apresentar resultados: na forma mais prazerosa e segura do desempenho de suas funções, no relacionamento com a comunidade escolar, no trato e troca com os alunos. Agora, com a divulgação dos números do IDEB 2021 os resultados esperados passam do campo das intenções para o campo dos resultados auditados. Na contramão dos resultados negativos colhidos Brasil afora, Mundo Novo não apenas bateu todas as metas do IDEB, mas superou-as: em 2021 os alunos alcançaram nota 5,5 nos anos finais e 5,9 nos anos iniciais! O resultado posiciona o município como a 5ª mais bem avaliada educação, entre os 417 que compõem o estado da Bahia. Para nós, que fazemos a Plataforma 4 fica a sensação de que estamos no caminho certo ao acreditar e trabalhar para a melhoria da qualidade da educação tendo como ponto de partida a formação dos formadores. Para toda a Bahia e para o Brasil fica a legitimação incontestável dessa afirmação.
Parafraseando o grande Mestre Paulo Freire: “Educação não transforma o mundo. Educação muda as pessoas. Pessoas transformam o mundo.” Por: Melyssa Chaves. Graduada em Marketing, especializada em Docência do Ensino Superior, graduanda em Sociologia e Diretora de Projetos da Plataforma 4 EAD.
Fonte: https://novo.qedu.org.br/municipio/2922102-mundo-novo/ideb