
Uma ação conjunta realizada pela Polícia Federal, Ministério do Trabalho
e Emprego e Polícia Rodoviária Federal, na quarta-feira (22),
identificou e resgatou cerca de 180 trabalhadores submetidos à condição
análoga à escravidão, no Rio Grande do Sul.
Segundo a PF, os
trabalhadores foram recrutados em outros estados, principalmente da
Bahia, por uma empresa prestadora de serviços administrativos para
vinícolas do município de Bento Gonçalves. O empreendimento em questão
era contratado pela Salton, Garibaldi e Aurora para intermediar mão de
obra durante safra da uva.
Em depoimento, um dos trabalhadores
relatou que todos os funcionários eram mantidos em alojamento e estavam
sem receber salários. Ele contou eram submetidos a agressões físicas e
que contraiam empréstimos mediante cobrança de juros abusivos, sendo
privados de liberdade por falta de pagamento. A fiscalização constatou
as condições insalubres do alojamento, a exemplo de má conservação, além
de problemas de higiene e limpeza. No local foram apreendidos uma arma
de choque e um spray incapacitante.
O responsável pela empresa,
Pedro Augusto de Oliveira Santana, de 45 anos, natural de Valente (BA),
chegou a ser preso em flagrante, mas pagou fiança de R$ 40 mil e foi
solto. Agora, o MTE busca o ressarcimento dos valores referentes aos
salários e verbas rescisórias devidas aos trabalhadores.
As
vinícolas envolvidas no escândalo informaram que não tinham conhecimento
das irregularidades praticadas pela empresa prestadora de serviço.
(bahia.ba)