
Ataques aéreos executados por Israel contra a Faixa de Gaza mataram ao menos 13 pessoas nesta terça-feira, 9, e deixou 20 feridos, informaram as autoridades locais.
Entre as vítimas estão três líderes da Jihad Islâmica – Yihad Ghannam, comandante das Brigadas Al Qods para a Faixa de Gaza, Khalil al Bahtini, membro do conselho e comandante para o norte do território, e Tareq Ezzedine, “comandante de ação militar” do movimento na Cisjordânia ocupada, que coordenava seu trabalho a partir de Gaza – e quatro crianças. Jihad Islâmica, grupo considerado “terrorista” por Israel, União Europeia (UE) e Estados Unidos, confirmou as mortes dos três dirigentes.
Os bombardeio, iniciados pouco depois
das 2h (20h de segunda-feira, 8, no Brasil), duraram quase duas horas e
foram confirmados pelos israelenses. “Alcançamos os objetivos que
pretendíamos”, declarou Richard Hecht, porta-voz do exército,
acrescentando que foram mobilizadas 40 aeronaves para a operação contra
três comandantes das Brigadas Al Qods, braço armado da Jihad Islâmica,
em Gaza e em Rafah, na fronteira com o Egito. “Fizemos o possível para
concentrar os bombardeios contra os combatentes”, respondeu Hecht ao ser
questionado sobre a morte de menores de idade nos ataques. “Se
aconteceram mortes trágicas, nós vamos investigar”, acrescentou. O
exército de Israel pediu aos moradores que estão em uma área a 40
quilômetros da fronteira com Gaza que permaneçam perto dos abrigos
antiaéreos até quarta-feira à noite, para evitar eventuais lançamentos
de foguetes palestinos.
A Jihad Islâmica criticou a ação, que
chamou de “crime sionista covarde”, e prometeu que “a resistência
vingará os dirigentes” assassinados. Daoud Shehab, comandante do
movimento em Gaza, afirmou que “todas as cidades e colônias” israelenses
ficarão “sob fogo”. Um porta-voz do Hamas, Hazem Qassem, disse que
Israel é responsável pelas “consequências da escalada”.
Os ataques desta terça-feira, acontecem menos de uma semana depois do anúncio de uma trégua, alcançada com a mediação do Egito após uma nova escalada da violência entre o exército israelense e a Jihad Islâmica.
O enviado da ONU para o Oriente Médio, Tor Wennesland, considerou a morte de civis “inaceitável” e, em nota, pediu a todas as partes “que exerçam a máxima moderação”.
O representante ressaltou seu “comprometimento total em uma tentativa de evitar um conflito mais amplo”. As vítimas desta terça-feira elevam a 121 o número de palestinos mortos desde o início de 2023 no conflito israelense-palestino. No mesmo período morreram 19 israelenses, uma ucraniana e um italiano. (JP)