
Antes de o escândalo de fraudes bilionárias no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) se tornar público no mês passado, servidores do órgão já haviam alertado as autoridades sobre irregularidades. A informação foi divulgada pela CNN, que teve acesso a relatos e documentos envolvendo denúncias feitas anteriormente.
Entre os casos levantados, estão descontos ilegais em contracheques de aposentados e pensionistas, além de um repasse suspeito do INSS a uma associação de peritos médicos. A denúncia sobre esse repasse foi registrada na Polícia Federal ainda em 2016, durante o governo Michel Temer, mas não teve desdobramentos, segundo um dos servidores ouvidos pela reportagem.
O servidor responsável pela denúncia atuava na área de contratos do INSS e, na época, encaminhou as informações por e-mail à PF. De acordo com ele, o que deveria ter sido uma iniciativa para combater o esquema acabou tendo efeito contrário: ele foi afastado do cargo que ocupava.
As novas revelações reforçam indícios de que parte das irregularidades que hoje estão sob investigação poderiam ter sido identificadas e combatidas há anos, caso as denúncias tivessem recebido o devido encaminhamento.