Um jovem de 20 anos foi morto a tiros na cidade Serrolândia, a cerca de 323 km de Salvador. O crime aconteceu no último domingo (30), após um desentendimento da vítima com um outro rapaz, que é procurado pela polícia. O crime aconteceu uma semana após o aniversário da vítima, que foi no dia 24 de agosto.
A namorada do jovem, que preferiu não se identificar, testemunhou o crime. “Quando a gente tava descendo a rua, esse rapaz [suspeito] tava subindo, e perguntou a ele [vítima] o que é que ele tava olhando demais pra ele. Ele não respondeu nada e continuou descendo comigo. Aí, o rapaz voltou e empurrou ele, quando meu namorado empurrou ele de volta, ele sacou a arma e atirou", disse a mulher.
A vítima identificada como Willy Novaes, de 20 anos, foi socorrida e levada para o Hospital Municipal de Serrolândia, e depois transferida para uma outra unidade de saúde, mas morreu na ambulância.
O suspeito do crime foi identificado como Alécio Santos. A polícia pediu a prisão do rapaz, que também já tinha um mandado em aberto por violência contra mulher, desacato e agressão contra outros moradores da cidade. Ele é considerado foragido.
A família de Willy reclama da falta de estrutura no hospital em que ele foi atendido em Serrolândia.
“O sangue dele é o mesmo do meu, mas não teve como fazer doação de sangue, já tinha perdido muito sangue. O hospital não tem nenhum suporte, a ambulância para chegar no hospital durou 45 minutos com a gente esperando. Eu tive que ligar pra um amigo meu que é advogado para ele providenciar uma ambulância. Quando eu liguei, aí foi que alguém providenciou uma ambulância que tava na garagem, e essa ambulância chegou depois de 45 minutos”, explicou o pai do jovem.
Na ambulância, o jovem chegou a conversar com a irmã. “Ele começou a falar: 'vida, me ajuda', começou a pedir ajuda o tempo todo. Tava segurando a minha mão, e teve um momento que ele falou: 'vida, meu coração tá parando", disse a irmã.
“A gente foi até o Hospital Municipal de Riachão, quando a gente chegou lá, foi apenas pra constatar a morte, e a gente voltou de lá mesmo”, explicou a irmã.
Willy trabalhava ajudando o pai na padaria da família e costumava escrever sonhos e planos em um diário, que é parte das lembranças da família. “Os desejos que irei realizar. Comprar o carro que meu pai tinha de volta e dar a ele, pagar todas as contas dele e as minhas. Assumir todas as despesas da casa, comprar meu terreno e fazer minha mansão no açude. Reformar a casa de meu pai e a padaria”, escreveu o jovem.
Em nota, a prefeitura de Serrolândia informou que o município, que tem 13 mil habitantes, conta com um hospital de pequeno porte, apenas com médico generalista, um enfermeiro e técnico de enfermagem. E que os casos mais graves precisam ser transferidos para hospitais de outra região e que o banco de sangue mais próximo fica na cidade de Jacobina, distante 47 km de Serrolândia.
Ainda segundo a prefeitura, o hospital conta com três ambulâncias equipadas com suporte básico de atendimento.
G1 Bahia
