O Superior Tribunal de Justiça (STJ) vai julgar, até segunda-feira (22), o pedido da Polícia Federal para prender o padre Robson de Oliveira, investigado por desviar R$ 100 milhões doados pelos fiéis, dinheiro que deveria ter sido usado para a construção da nova Basílica de Trindade (GO).

O advogado do religioso, Cléber Lopes, se mostrou surpreso com o pedido de prisão, sendo que os fatos apresentados são de 2019, não havendo nenhuma novidade que justifique o pedido de prisão.

Relembre o caso
O Ministério Público do Estado de Goiás (MP-GO) abriu investigação contra o padre Robson em 2019, quando apurou irregularidades nas contas da Associação dos Filhos do Divino Pai Eterno (Afipe), presidida pelo sacerdote. O MP descobriu que o padre teria criado associações para desviar mais de R$100 milhões da instituição para comprar fazendas, casas de praia e até um avião.

Foram encontrados, ainda, áudios em que o padre tratava de pagamento de propina no valor de R$ 1,5 milhão a desembargadores do Tribunal de Justiça de Goiás para receber decisão favorável em um processo envolvendo uma fazenda comprada pela Afipe. Após isso, o processo foi encaminhado para o STJ.

Operação Vendilhões
A Operação Vendilhões teve início após o religioso denunciar que estava sendo vítima de extorsão por hackers que teriam descoberto um suposto relacionamento amoroso dele. Ao todo, o religioso teria desembolsado R$2,9 milhões para os chantagistas, dinheiro que, segundo o MPGO, saiu dos cofres da Afipe.

Com a operação, cinco possíveis crimes foram investigados: apropriação indébita, falsificação de documentos, organização criminosa, lavagem de dinheiro e sonegação fiscal. Foram cumpridos mandados de busca e apreensão em endereços diferentes, todos ligados ao sacerdote. Apesar disso, o processo foi bloqueado pela justiça.

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